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Ex-assessor de Temer é preso em Brasília

3 jun 2017 - 10h17
(atualizado às 10h27)
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Ex-deputado federal Rocha Loures, flagrado recebendo R$ 500 mil em propina da JBS, foi detido por determinação do ministro Fachin. Prisão de político investigado em inquérito junto com Temer preocupa Planalto.O ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial do presidente Michel Temer, foi preso neste sábado (03/06) pela Polícia Federal em Brasília após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte.

Loures foi detido em casa e conduzido à Superintendência da Polícia Federal na capital. A ordem de prisão autorizada por Fachin foi feita a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Loures é acusado de receber 500 mil reais em propina da empresa JBS. Ele é investigado com Temer em inquérito aberto após as delações de executivos da empresa pelos crimes de corrupção, organização criminosa e obstrução da Justiça.

O primeiro pedido de prisão tinha sido negado por Fachin porque Loures ainda era deputado federal. Ele perdeu o cargo com o retorno do ex-ministro Osmar Serraglio, exonerado do Ministério da Justiça, à Câmara, de quem era suplente. Com a perda do foro privilegiado, Janot reiterou nesta quinta o pedido de prisão, que foi então aceito por Fachin.

O advogado do ex-parlamentar, Cezar Bittencourt, disse que a defesa está indignada com o fato de o STF não ter analisado os argumentos apresentados nesta sexta-feira à Justiça.

Em áudio gravado pelo empresário da JBS Joesley Batista, Temer teria afirmado que considerava Loures - filmado carregando uma mala de dinheiro após o encontro entre Joesley e o presidente - um intermediário para tratar com o empresário da JBS.

A possibilidade de Loures aceitar negociar um acordo de delação premiada preocupa o Planalto e pode ter consequência negativas para Temer.

Nesta semana, Fachin autorizou o interrogatório de Temer à Polícia Federal. O depoimento será prestado por escrito, a pedido da defesa. Após a entrega das perguntas, o presidente terá 24 horas para enviar as respostas.

A investigação sobre Temer e Loures foi separada do inquérito que envolve o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Eles eram investigados no mesmo processo no Supremo por terem sido citados nos depoimentos de Batista.

O interrogatório de Temer foi solicitado pela Procuradoria Geral da República com intuito de esclarecer a conversa mantida entre o presidente e Joesley Batista. A investigação contra o peemedebista, autorizada pelo próprio Fachin em 18 de maio, apura se, nesse diálogo, Temer deu aval ao empresário para o pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso desde outubro no âmbito da Lava Jato.

KG/ABr/efe/ots

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