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Vias mais letais de SP, marginais reduzem velocidade dia 20

Das mais de 1.300 mortes no trânsito paulistano em 2014, 73 ocorreram nas marginais Tietê e Pinheiros, onde limites serão reduzidos

8 jul 2015 - 20h13
(atualizado às 20h14)
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Acidentes nas marginais Pinheiros e Tietê deixaram 73 mortos só em 2014
Acidentes nas marginais Pinheiros e Tietê deixaram 73 mortos só em 2014
Foto: Luiz Cláudio Barbosa / Futura Press

O número de mortos em acidentes nas marginais Pinheiros e Tietê será o principal argumento que a Prefeitura de São Paulo pretende utilizar para convencer o cidadão da necessidade de redução da velocidade nas duas vias. A partir do próximo dia 20, começa a valer nas pistas expressas das marginais o limite de 70 km/h para veículos leves, e de 60 km/h para veículos pesados; nas pistas locais, a redução será dos atuais 70 km/h para 50 km/h. As pistas centrais da Tietê cairão dos atuais 70 km/h de limite para 60 km/h.

Das mais de 1.300 mortes no trânsito paulistano em 2014, as campeãs de letalidade são justamente a Tietê e a Pinheiros, com 73 mortes, ao todo – 40 e 33, respectivamente. Trechos das duas marginais nos quais o limite já é mais baixo, como as proximidades das pontes das Bandeiras, Casa Verde (perto da Tietê), Eusébio e Transamérica (perto da Pinheiros), não terão mudanças.

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Segundo o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, nos próximos dias a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) começa a expor mensagens sobre mortos e feridos nas marginais em faixas e nos painéis eletrônicos de alertas, já existentes nas duas vias.

Pelos dados da CET, em 2014 houve na capital 1.180 acidentes com vítimas – os quais deixaram 1.399 feridos. Só no trânsito da marginal Pinheiros, foram 786 vítimas – 754 em acidentes graves, com 33 mortes. Já na marginal Tietê 645 pessoas ficaram feridas em acidentes, e 40 morreram.

Além das duas marginais, as avenidas Aricanduva e Jacu-Pêssego, duas das principais vias da zona leste, também terão redução de velocidade nas próximas semanas – de 60 km/h para 50 km/h.

“A literatura internacional de trânsito nos mostra que, quanto menor a velocidade, menor o impacto de acidentes graves ou de mortes. Velocidade de 32km/h, por exemplo, tem chances de a pessoa vir a óbito de 5%, de se ferir, 65%, e de sair ilesa, 30%. Na velocidade acima de 64 km/h, a chance de óbito sobe para 85%, de sair ferida, de 15%, e sair ilesa, 0%”, citou Tatto, em entrevista coletiva. “Isso para ilustrar que a velocidade é um problema sério do ponto de vista da segurança no trânsito”.

“Quanto mais a gente diminui a velocidade, mais chance de a vítima sobreviver ou de ter acidentes na cidade”, completou o secretário.

Tatto negou que as medidas ajudem a piorar o já congestionado tráfego das marginais. Segundo ele, “o espaço que o carro precisa para poder frear e ter segurança adequada com veículo à sua frente” é maior em velocidades mais altas. “Quanto menor a velocidade, menos espaço o motorista precisa para frear e diminuir sua velocidade – isso explica por que não aumenta o congestionamento quando reduz a velocidade. E isso é o que tem acontecido no mundo”.

“Os ‘especialistas’ têm dificuldade de entender isso (a relação entre espaço, velocidade e acidentes); sugiro que eles comecem a estudar um pouco mais isso nas cidades”, ironizou, para criticar, na sequência, a “cretinice daqueles que falam que redução de velocidade não reduz acidentes”.

Meta é mudar padrão de SP de 60 km/h para 50 km/h

Conforme o secretário, a meta, a médio prazo, é mudar o padrão de velocidade da capital dos 60 km/h para 50 km/h. “Aqueles que têm duvida se a cidade está contra o tempo, ou se somos contra o carro, nada disso: estamos tratando de pessoas e de evitar novas vítimas no trânsito”, afirmou.

Sobre as mensagens que serão apresentadas aos motoristas nas marginais, Tatto definiu que a razão é uma só: “O motorista tem que saber por que isso está sendo feito. A cidade precisa se convencer do problema das vítimas fatais e graves – é só ir à AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) e ver o que acontece, ou nos prontos-socorros, nas madrugadas de fins de semana, por exemplo”, enumerou. 

Fonte: Terra
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