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Sobe para 21 o número de mortos por causa da chuva no Espírito Santo

25 dez 2013 - 11h09
(atualizado às 20h55)
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<p>A presidente Dilma Rousseff sobrevoou, nesta terça, a região afetada pela chuva forte que atinge o Estado desde o fim da semana passada</p>
A presidente Dilma Rousseff sobrevoou, nesta terça, a região afetada pela chuva forte que atinge o Estado desde o fim da semana passada
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR / Divulgação

O Corpo de Bombeiros do Espírito Santo confirmou, na noite desta quarta-feira, que o número de mortes provocadas pelas chuvas que atingem o Estado desde a última semana chegou a 21.  Segundo a corporação, seis mortes foram confirmadas neste dia de Natal.

Itaguaçu é o município com maior número de vítimas (8), seguido por Colatina (6). Também foram confirmadas mortes em Baixo Guandu (4), Barra de São Francisco (1), Domingos Martins (1) e Nova Venécia (1). A maioria foi vítima de soterramentos provocados por deslizamentos de terra na região, mas também houve casos de afogamentos e um eletrocutado.

As chuvas obrigaram 48.601 a abandonar suas casas no Espírito Santo, segundo o último boletim. O número de desalojados caiu em relação aos quase 50 mil registrados no primeiro boletim desta quarta-feira graças a baixa do nível das águas de alguns rios, o que permitiu o retorno de várias famílias a seus lares.

Várias regiões ainda permanecem isoladas pelas inundações, sem comunicação, água potável ou energia elétrica. Dos desalojados, 4.500 foram enviados a abrigos improvisados em escolas públicas e outros foram para casas de parentes ou amigos. De 78 municípios do Estado, 49 já declararam estado de emergência ou de calamidade pública após as chuvas que também destruíram e provocaram danos em cerca de 20 mil quilômetros de estradas em todo o País.

As orientações da Defesa Civil são para que a população que vive nas áreas de risco vá para um local seguro; fique atenta à movimentações de terra; tenha em mãos o telefone da Defesa Civil no município; evite áreas alagadas, terrenos acidentados, locais em que há buracos, bueiros abertos e fiação elétrica exposta. O órgão alerta que trincas no chão, inclinação de cercas, postes e árvores são indícios de deslizamento - a orientação é para que, nesses casos, o local seja abandonado imediatamente. O população atingida pode solicitar atendimento por meio do número de emergência 193.

Chuva recorde

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnicas e Extensão Rural (Incaper) informou que as fortes chuvas que há mais de uma semana atingem o Estado já são as maiores enfrentadas, desde que começaram as medições meteorológicas no Espírito Santo, há 90 anos. Segundo o Incaper, o fenômeno é decorrência de "um canal de umidade associado à presença de Zonas de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) que vem mantendo o tempo encoberto em todo o Estado".

O instituto avalia que a chuva deve continuar ao longo desta terça-feira, em razão das condições de instabilidade. "Podem ocorrer volumes significativos nas regiões sul, serrana, Grande Vitória, noroeste e em municípios do nordeste situados ao sul do Vale do Rio Doce."

As informações indicam que já foram registrados acúmulos de chuva com volume superior a 700 milímetros desde o início do mês de dezembro em alguns municípios do Estado. "O solo já está muito encharcado, e a continuidade da chuva só agrava os impactos", disse Hugo Ramos, meteorologista do Incaper.

Os estragos causados pela chuva já são considerados maiores do que a tragédia registrada na enchente de 1979, que afetou municípios de Minas Gerais e Espírito Santo localizados no Vale do Rio Doce. Naquela época, quase 48 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Foram registradas 74 mortes. Houve 4.424 residências atingidas nos dois Estados.

A maior cheia da história do rio Doce foi em 1997, quando o manancial ultrapassou a cota de 8,7 metros. Em Colatina, a cota de inundação do rio Doce é de 5,2 metros. "Em outras palavras, ao atingir este nível, o rio transborda e pode inundar vários pontos da cidade", disse Ramos.

A Secretaria Nacional de Defesa Civil continua enviando alertas de risco de inundação e deslizamento de terra na região serrana e alagamentos em Linhares e Colatina, devido ao nível do rio Doce estar acima da taxa de inundação. A avaliação do Incaper é de que o rio deve ultrapassar 10 metros. 

Fonte: Terra
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