O Corpo de Bombeiros do Espírito Santo confirmou, na noite desta quarta-feira, que o número de mortes provocadas pelas chuvas que atingem o Estado desde a última semana chegou a 21. Segundo a corporação, seis mortes foram confirmadas neste dia de Natal.
Itaguaçu é o município com maior número de vítimas (8), seguido por Colatina (6). Também foram confirmadas mortes em Baixo Guandu (4), Barra de São Francisco (1), Domingos Martins (1) e Nova Venécia (1). A maioria foi vítima de soterramentos provocados por deslizamentos de terra na região, mas também houve casos de afogamentos e um eletrocutado.
As chuvas obrigaram 48.601 a abandonar suas casas no Espírito Santo, segundo o último boletim. O número de desalojados caiu em relação aos quase 50 mil registrados no primeiro boletim desta quarta-feira graças a baixa do nível das águas de alguns rios, o que permitiu o retorno de várias famílias a seus lares.
Várias regiões ainda permanecem isoladas pelas inundações, sem comunicação, água potável ou energia elétrica. Dos desalojados, 4.500 foram enviados a abrigos improvisados em escolas públicas e outros foram para casas de parentes ou amigos. De 78 municípios do Estado, 49 já declararam estado de emergência ou de calamidade pública após as chuvas que também destruíram e provocaram danos em cerca de 20 mil quilômetros de estradas em todo o País.
As orientações da Defesa Civil são para que a população que vive nas áreas de risco vá para um local seguro; fique atenta à movimentações de terra; tenha em mãos o telefone da Defesa Civil no município; evite áreas alagadas, terrenos acidentados, locais em que há buracos, bueiros abertos e fiação elétrica exposta. O órgão alerta que trincas no chão, inclinação de cercas, postes e árvores são indícios de deslizamento - a orientação é para que, nesses casos, o local seja abandonado imediatamente. O população atingida pode solicitar atendimento por meio do número de emergência 193.
23 de dezembro - Chuva causa estragos e alagamentos e abre cratera na rodovia ES-010, em Serra
Foto: Alex Gouvêa / Futura Press
23 de dezembro - Defesa Civil auxilia moradores do bairro Jacaraípe, em Serra, que ficou alagado
Foto: Alex Gouvêa / Futura Press
23 de dezembro - Moradores do bairro Consolação, em Vitória, deixam suas casas, após a Defesa Civil constatar riscos de deslizamentos
Foto: Alex Gouvêa / Futura Press
23 de dezembro - Voluntários atuam no centro de doações para vítimas atingidas pelas fortes chuvas da região, na praça do Papa, em Vitória
Foto: Alex Gouvêa / Futura Press
24 de dezembro - Presidente Dilma Rousseff durante reunião de coordenação após sobrevoo das áreas atingidas pela chuva no Espírito Santo
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR / Divulgação
24 de dezembro - O governo federal anunciou o envio de 3 mil kits-dormitório, de limpeza e de higiene pessoal para o estado
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR / Divulgação
24 de dezembro - Cinco patrulhas motorizadas do Exército estão atuando no estado e quatro geólogos foram enviados para ajudar no monitoramento de áreas de risco
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR / Divulgação
24 de dezembro - A presidente Dilma Rousseff sobrevoou a região afetada pela chuva forte que atinge o Estado desde o fim da semana passada. A Defesa Civil nacional reconheceu nesta quarta-feira situação de emergência em 45 municípios capixabas, entre eles a capital do Estado, Vitória, e as cidades de Vila Velha, Itaguaçu, Linhares, Guarapari, Serra, Vargem Alta, Venda Nova do Imigrante e Viana
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR / Divulgação
24 de dezembro - No bairro Jacaraípe, em Serra, voluntários realizam resgates de cães ilhados em meio ao alagamento
Foto: Bruno Herculano / Futura Press
26 de dezembro - Homens do Exército do Rio de Janeiro chegaram no Espírito Santo para ajudar atingidos pela chuva no Estado
Foto: Divulgação
26 de dezembro - A previsão é de mais chuvas para o Estado
Foto: Alex Gouvêa / Futura Press
26 de dezembro - Moradores usam isopor para flutuar em água que tomou conta da rua
Foto: Alex Gouvêa / Futura Press
26 de dezembro - Carro ficou preso na água
Foto: Alex Gouvêa / Futura Press
26 de dezembro - Mais da metade das cidades do Estado já decretaram estado de emergência
Foto: Alex Gouvêa / Futura Press
26 de dezembro - A água está demorando a descer após os vários dias de chuva
Foto: Alex Gouvêa / Futura Press
26 de dezembro - O bairro Darly Santos foi um dos mais atingidos pelas cheias
Foto: Alex Gouvêa / Futura Press
26 de dezembro - Em algumas áreas só é possível chegar de barco
Foto: Alex Gouvêa / Futura Press
26 de dezembro - Agentes da Defesa Civil auxiliam na entrega de mantimentos
Foto: Alex Gouvêa / Futura Press
26 de dezembro - Moradores tentam se recuperar dos alagamentos provocados pelas chuvas em Vila Velha, Espírito Santo
Foto: Alex Gouvêa / Futura Press
26 de dezembro - Moradores caminham por área alagada no bairro Darly Santos, em Vila Velha
Foto: Alex Gouvêa / Futura Press
26 de dezembro - Helicópteros e aviões da FAB já transportaram cerca de 8 toneladas de suprimentos para as vítimas da chuva no Espírito Santo
Foto: FAB / Divulgação
26 de dezembro - Missão humanitária usa dois helicópteros Black Hawk, um Super Puma e outros três aviões da FAB
Foto: FAB / Divulgação
26 de dezembro - Militares da FAB ajudam no resgate de moradores ilhados no Espírito Santo
Foto: FAB / Divulgação
26 de dezembro - Aeronaves da FAB são empregadas para chegar a localidades de difícil acesso, em decorrência da enchente no Espírito Santo
Foto: FAB / Divulgação
26 de dezembro - O prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda, foi aos bairros Jockey e Guaranhuns falar sobre abrir a rodovia do Sol para o escoamento da água da chuva, e acabou alvo de protesto dos moradores contra os alagamentos
Foto: Bruno Herculano / Futura Press
26 de dezembro - Helicóptero Super Puma da Força Aérea Brasileira (FAB) resgatou quatro pessoas da mesma família que estavam isoladas
29 de dezembro - Helicópteros Black Hawk da FAB são usados no resgate a moradores ilhados no Espírito Santo
Foto: FAB / Divulgação
29 de dezembro - Famílias inteiras foram resgatadas por militares da FAB
Foto: FAB / Divulgação
29 de dezembro - Aeronaves da FAB já transportaram mais de 30 toneladas de mantimentos
Foto: FAB / Divulgação
29 de dezembro - Militar leva no colo moradora de área afetada pela chuva
Foto: FAB / Divulgação
29 de dezembro - Militares e aeronaves da FAB são empregadas em missão humanitária no Espírito Santo
Foto: FAB / Divulgação
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Chuva recorde
O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnicas e Extensão Rural (Incaper) informou que as fortes chuvas que há mais de uma semana atingem o Estado já são as maiores enfrentadas, desde que começaram as medições meteorológicas no Espírito Santo, há 90 anos. Segundo o Incaper, o fenômeno é decorrência de "um canal de umidade associado à presença de Zonas de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) que vem mantendo o tempo encoberto em todo o Estado".
O instituto avalia que a chuva deve continuar ao longo desta terça-feira, em razão das condições de instabilidade. "Podem ocorrer volumes significativos nas regiões sul, serrana, Grande Vitória, noroeste e em municípios do nordeste situados ao sul do Vale do Rio Doce."
As informações indicam que já foram registrados acúmulos de chuva com volume superior a 700 milímetros desde o início do mês de dezembro em alguns municípios do Estado. "O solo já está muito encharcado, e a continuidade da chuva só agrava os impactos", disse Hugo Ramos, meteorologista do Incaper.
Os estragos causados pela chuva já são considerados maiores do que a tragédia registrada na enchente de 1979, que afetou municípios de Minas Gerais e Espírito Santo localizados no Vale do Rio Doce. Naquela época, quase 48 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Foram registradas 74 mortes. Houve 4.424 residências atingidas nos dois Estados.
A maior cheia da história do rio Doce foi em 1997, quando o manancial ultrapassou a cota de 8,7 metros. Em Colatina, a cota de inundação do rio Doce é de 5,2 metros. "Em outras palavras, ao atingir este nível, o rio transborda e pode inundar vários pontos da cidade", disse Ramos.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil continua enviando alertas de risco de inundação e deslizamento de terra na região serrana e alagamentos em Linhares e Colatina, devido ao nível do rio Doce estar acima da taxa de inundação. A avaliação do Incaper é de que o rio deve ultrapassar 10 metros.