Professora é denunciada por tortura por amarrar menino autista no PR
Menino de 4 anos teve os braços e cinturas amarrados em uma cadeira; assistente, diretora e pedagoga também foram denunciadas
Professora, assistente, diretora e pedagoga de escola em Araucária (PR) foram denunciadas pelo MP por tortura e omissão após menino autista de 4 anos ser amarrado em cadeira, episódio descoberto pelo Conselho Tutelar e Guarda Municipal em julho.
A professora, a assistente, a diretora e a pedagoga da escola em que o menino de 4 anos foi amarrado em Araucária (PR) foram denunciadas pelo Ministério Público do Paraná. A criança foi encontrada dentro de um banheiro pelo Conselho Tutelar e pela Guarda Municipal da cidade paranaense em 7 de julho deste ano.
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A criança tem Transtorno de Espectro Autista e é considerada não verbal, ou seja, não fala.
O MPPR denunciou a professora e a assistente por tortura, enquanto a diretora proprietária da escola e a pedagoga foram denunciadas por omissão.
A denúncia foi apresentada na última segunda-feira, 18, pela 3ª Promotoria de Justiça de Araucária.
De acordo com o documento, a professora e a assistente “submeteram, com o emprego de violência, o infante (…), de quatro anos de idade, portador de Transtorno do Espectro Autista (TEA), não verbal, que estava sob sua guarda, autoridade e responsabilidade, a intenso sofrimento físico e mental, ao amarrá-lo pelos punhos e pela cintura a uma cadeira, em duas oportunidades, como forma de aplicar castigo pessoal”.
Ainda segundo a denúncia, a diretora teria orientado a equipe a fazer a imobilização do menino daquela maneira “sem seguir qualquer protocolo e sem avisar os responsáveis legais pela criança – de modo que possuía pleno conhecimento dos fatos, embora estivesse afastada de suas funções nas datas em que os delitos ocorreram”.
O caso foi flagrado Conselho Tutelar e da Guarda Municipal, em julho deste ano. Eles encontraram a criança dentro de um banheiro, amarrada em uma cadeira.
Segundo o MPPR, a mãe da criança infomou que o menino passou a apresentar mudança de comportamento nos últimos dois meses, chorando e se mostrando mais irritado ao ir para a escola. "A família relatou a situação à escola, mas o retorno foi no sentido de que estava tudo bem, informação posteriormente complementada em áudios da diretora, enviados à mãe, relatando que a criança estava muito agitada e solicitando que a medicação da criança fosse aumentada", informou o órgão na divulgação sobre a denúncia.
Agora, o Tribunal de Justiça do Paraná irá analisar a denúncia para decidir se a aceita ou não.