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Cidades

Praça Vilaboim: Conselho de Patrimônio de SP recua e retoma tombamento original

Órgão acatou recurso e mantém limitação de altura para obras no entorno; preservação ambiental de polígono na Vila Mariana teve encaminhando favorável, mas diretrizes ainda serão avaliadas

9 dez 2019 - 20h31
(atualizado em 10/12/2019 às 10h05)
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SÃO PAULO - O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) decidiu nesta segunda-feira, 9, aprovar recurso e retomar o tombamento original da Praça Vilaboim, em Higienópolis, na região central paulistana. A determinação inviabiliza a continuidade de um projeto de um prédio para o entorno, que foi alvo de críticas porque alteraria a visibilidade do icônico Edifício Louveira, de Vilanova Artigas.

O projeto de mudança na área envoltória da praça foi indeferido em 2018, mas foi revisado e aprovado em recurso em fevereiro - mesmo com parecer contrário do Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), da Prefeitura. Por fim, entidades de patrimônio e outros nomes entraram com novo recurso, acatado nesta segunda, mantendo o limite de sete metros de altura para duas quadras da Rua Tinhorão (número que varia em outras áreas do entorno). Como a decisão anterior não havia sido homologada pela Secretaria Municipal da Cultura, ela não chegou a ter validade.

A mudança mobilizou moradores da região e professores universitários, que ajudaram a lotar a reunião. Antes da decisão, o arquiteto Samuel Kruchin, que havia pedido a revisão para um projeto de edifício, negou que a nova construção teria impacto expressivo na ambientação da região, o que foi criticado pelos presentes.

A Praça Vilaboim é tombada pelo Conpresp desde 2007, cuja resolução de preservação destaca que a área está integrada a bens importantes da região, citando os edifícios Louveira e Vila Marta, a Praça Buenos Aires e o bairro do Pacaembu.

Conhecido pelas cores laranja e amarela, misturadas ao cinza do concreto, o Louveira é um dos projetos mais conhecidos de Vilanova Artigas, datado das década de 40.

Polígono da Vila Mariana será tombado, mas diretrizes ainda passarão por nova discussão

O Conpresp também discutiu o tombamento ambiental da Chácara das Jabuticabeiras, área que abarca área formada pelas ruas Fabrício Vampré, Benito Juarez e Artur Godoi, além das praças Arquimedes Silva e Damásio Paulo, na Vila Mariana, zona sul. Os conselheiros entraram em consenso sobre o tombamento, mas decidiram votar as diretrizes sobre limite de altura, arborização e afins na próxima reunião, em janeiro de 2020.

A reunião teve a presença de cerca de 30 moradores da região, divididos entre favoráveis e contrários ao tombamento. Em abril, um movimento de parte da população da região conseguiu impedir a demolição de um conjunto de sobrados no mesmo bairro e aprovar um estudo de tombamento aprovado no Conpresp, e, em seguida, entrou com o pedido de preservação do polígono em que a vilinha está inserida. Enquanto o tombamento não é votado, qualquer proposta de intervenção na área de atuação precisará passar por aprovação do conselho.

O Conpresp também aprovou projetos para aumentar a área de integração entre as linhas da Estação Santo Amaro, restaurar e reformar a Galeria Prestes Maia (proposta inicial) e implantar o Parque Augusta - com deck, arquibancada, área de slackline, dentre outros.

Também foi aprovada a intervenção "Aquário Urbano", que abrange 15 edifícios da República no centro. A decisão traz algumas diretrizes, dentre as quais está a exigência de anuência do proprietário ou outro responsável pelo imóvel, como administradora.

Com o objetivo de se criar o maior mural de grafite do mundo, a proposta foi parar na Justiça e na delegacia - como antecipou o Estado - porque o produtor responsável realizou a pintura de um prédio tombado sem a anuência do dono.

Estadão
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