Postos alvos de megaoperação tinham combustíveis com até 90% de metanol; o permitido é 0,5%
Postos foram alvo de operação que investiga infiltração do PCC no setor de combustíveis e em instituições financeiras
Postos entre os alvos da megaoperação deflagrada nesta quinta-feira, 28, tinham combustíveis com até 90% de metanol – dado expressivo, visto que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) permite a presença de apenas 0,5% da substância na gasolina. A informação foi divulgada pelo promotor do Ministério Público de São Paulo (MPSP), João Paulo Gabriel, durante coletiva de imprensa.
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A Operação Carbono Oculto é uma megaoperação contra o crime organizado que tem como foco a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis e instituições financeiras sediadas na avenida Faria Lima, na capital paulista. Nisso, o promotor explicou que uma das vertentes investigadas girou em torno do metanol, utilizado para adulterar combustíveis.
Como pontuou, se trata de um solvente químico extremamente tóxico, extremamente perigoso e que tem restrição na ANP. “Fiscalizações no Estado de São Paulo apontam alguns postos com até 90% de metanol, o que é extremamente arriscado para as pessoas, para os veículos e para o meio ambiente”.
O metanol é formalmente direcionado a empresas químicas, explicou. Sendo assim, parte delas são empresas de fachada ou tem “uma atuação paralela bastante significativa de desvio desse metanol”.
Mais sobre a operação
A operação conta com a atuação de agentes das polícias Federal e Militar, de promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e de agentes fiscais da Receita Federal e de frentes estaduais. Estão sendo cumpridos 200 mandados de busca e apreensão contra 350 alvos em dez Estados do País.
Os crimes apontados vão desde os contra a ordem econômica, de fraude fiscal e estelionato, à adulteração de combustíveis, crimes ambientais e lavagem de dinheiro – incluindo do tráfico de drogas.
Por meio da operação, a Justiça de São Paulo decretou a indisponibilidade de quatro usinas de álcool, de cinco administradoras de fundos de investimentos e de cinco redes de postos de gasolina – redes, essas, que somam 300 endereços de venda pelo País.
Nisso, ao todo, são investigadas 17 distribuidoras de combustível, quatro transportadoras de cargas, dois terminais de portos, duas instituições de pagamentos, seis refinadoras e formuladoras de combustível, 21 pessoas físicas e até uma rede de padarias. De todos esses alvos, 42 se concentram na avenida Faria Lima, principal centro financeiro do País, incluindo fintechs, corretoras e fundos de investimentos.
*Com informações do Estadão Conteúdo


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