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Manifestantes iniciam concentração para passeata no centro do Rio

12 ago 2013 - 18h19
(atualizado às 20h10)
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<p>Mascarados, manifestantes marcham por ruas do centro do Rio de Janeiro</p>
Mascarados, manifestantes marcham por ruas do centro do Rio de Janeiro
Foto: Reynaldo Vasconcelos / Futura Press

Um grupo de dezenas de manifestantes está concentrado na praça atrás da Igreja da Candelária para uma passeata pelas ruas centrais do Rio de Janeiro. A rota provável da manifestação, segundo os organizadores, é seguir pela avenida Rio Branco, até a Câmara Municipal, e depois continuar até o Tribunal de Justiça (TJ) e a Assembleia Legislativa do Estado (Alerj).

Por volta das 18h30, a avenida Rio Branco já estava interditada na altura da Presidente Vargas. Segundo o Centro de Operações da prefeitura, o grupo se deslocava sentido Aterro do Flamengo.

Por último, os manifestantes pretendem retornar até a Câmara, onde devem se juntar às pessoas que protestam contra a composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus, que elegeu para a presidência da comissão o vereador Chiquinho Brazão (PMDB), em vez do vereador Eliomar Coelho (Psol), propositor da comissão. Pela tradição parlamentar, o cargo deveria ter sido ocupado pelo autor da proposta. Em frente ao prédio do Legislativo municipal foi montado um acampamento em apoio aos manifestantes que prosseguem ocupando o plenário da Câmara desde a última sexta-feira.

A Polícia Militar deslocou um efetivo reforçado para acompanhar a manifestação. Os policiais chegaram em seis micro-ônibus e dez viaturas, mas se limitam a observar a concentração de manifestantes.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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