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Justiça obriga construtora a parar obra que rachou prédios

12 dez 2009 - 04h55
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Moradores do edifício 22 da Rua dos Inválidos, que se moveu 5 centímetros e está interditado desde quinta-feira, conseguiram ordem judicial para mandar a construtora W Torre paralisar já a obra vizinha ao imóvel. A escavação para construção de complexo de salas comerciais é suspeita de ter causado os danos que levaram a Defesa Civil a interditar oito edificações. Caso desrespeite a decisão da juíza Andréia Florêncio Berto, do plantão noturno, a empresa terá que pagar R$ 1 milhão de multa por dia de desobediência.

"Considerando o risco que o condomínio autor vem sofrendo com a obra, no abalo de sua estrutura, necessária se faz a suspensão temporária da obra até que o local seja inspecionado por um perito judicial imparcial", escreveu a juíza.

Ontem, a Defesa Civil liberou o estacionamento na R. do Senado e a Igreja Santo Antônio dos Pobres, também na R. dos Inválidos, que já está escorada e será recuperada. Segundo o órgão, o prédio 22 está escorado mas sem risco de desabar.

"Comprei meu apartamento há 3 meses. Muita gente está pensando em se mudar, mas eu não vou abandonar o barco", conta a funcionária pública Elizabeth Esteves, 49 anos, que voltou para seu apartamento, no Edifício Chalita, vizinho ao interditado. Segunda-feira, às 10h, moradores farão protesto diante da construção.

Subsecretário municipal de Defesa Civil, Sérgio Simões garantiu que ainda não há como precisar as causas do acidente: "Novos equipamentos foram instalados para medir a possibilidade de recalque (deslocamento do solo sob o prédio)". Segundo ele, hoje, serão feitas perfurações no terreno dos dois edifícios mais afetados, para avaliar o perfil do solo.

Os moradores do prédio número 22 puderam entrar em seus apartamentos para retirar objetos pessoais. Eles continuam hospedados em hotel na Lapa, pago pela prefeitura. Cleusa dos Santos, 62 anos, retirou roupas, o computador e comida: "Espero poder voltar para pegar minhas compras de Natal e 5 kg de bacalhau".

A W Torre afirma que não arcará com as despesas dos desalojados, pois não há evidências de que sua obra tenha causado danos nos prédios. Vigia do Edifício Lar Fabiano de Cristo, um dos que apresentam rachadura, Aluisio Alves, 30 anos, rebate a empresa: ¿Há três meses, quando vim trabalhar aqui, na divisão entre o prédio e a igreja cabia um dedo. Agora, entram quatro dedos".

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