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Em protesto, sem-teto tentam invadir Câmara Municipal de SP

15 out 2013 - 16h22
(atualizado às 20h01)
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Grupo chutou proteção colocada na Câmara de São Paulo em protesto nesta terça-feira
Grupo chutou proteção colocada na Câmara de São Paulo em protesto nesta terça-feira
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Manifestantes ligados ao Movimento dos Trabalhadores sem Teto realizaram um protesto no centro de São Paulo na tarde desta terça-feira. Eles saíram em marcha da praça da República até a Câmara Municipal da cidade, na rua Maria Paula, onde uma confusão se formou quando membros do ato tentaram invadir o prédio do Legislativo municipal. 

Segundo a Polícia Militar, entre 200 e 300 manifestantes tentaram invadir a Câmara Municipal por volta das 14h30. Policiais agiram no local para impedir que o grupo entrasse no prédio. A PM não informou se houve detidos ou feridos por conta da ação. Procurada, a Câmara não informou o prejuízo após o tumulto até as 16h35. 

Segundo Guilherme Boulos, membro do Movimento dos Trabalhadores sem Teto, a confusão ocorreu quando os manifestantes tentaram entrar no prédio, mas foram contidos pelos policiais, que usaram gás de pimenta.

Após a confusão, 12 representes dos sem-teto foram recebidos pelo presidente da Câmara Municipal, José Américo (PT). O grupo entregou documento com oito reivindicações, pedindo, principalmente, que o plano diretor da cidade seja votado.

“O plano diretor foi entregue há três semanas na Câmara e até agora não temos nem data para as audiências públicas. Viemos aqui para cobrar do presidente da Câmara um posicionamento sobre o plano diretor”, disse Boulos.

Na convocação para o protesto, em sua página no Facebook, os sem-teto afirmaram que o ato tem como objetivo "cobrar da prefeitura que pare com despejos ilegais, sem ordem judicial em terrenos municipais ocupados. Além disso, que abre negociação com a Ocupação Dona Deda, no Parque Ipê".

Após a confusão, os manifestantes seguiram para a prefeitura, onde chegaram por volta das 16h10, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Por conta do ato, o trânsito foi totalmente interditado no viaduto do Chá nesse horário. 

Os manifestantes se concentraram na porta do prédio da administração municipal de São Paulo, enquanto um grupo de cerca de dez representantes se reuniam com membros da Secretaria de Relações Governamentais da cidade para mostrar as reivindicações do MTST. Apesar da conversa de mais de uma hora, o grupo não saiu satisfeito da reunião.

"A prefeitura não se comprometeu com nada em relação à pauta do movimento, particularmente em relação aos despejos da ocupação do parque Ipê, no Campo Limpo, que pode ocorrer sem autorização judicial, e sequer se comprometeu em respeitar a legalidade que seria ter uma ordem de despejo. A postura da prefeitura do (Fernando) Haddad está se aproximando com a do (Gilberto) Kassab (antecessor de Haddad). Uma prefeitura que não garante os direitos básicos e age com ilegalidade", disse Guilherme Boulos, um dos líderes do movimento.

Guilherme disse ainda que o grupo sequer foi recebido pelo secretário da pasta. Segundo ele, quem conversou com os manifestantes foi um dos secretários adjuntos.

"O secretário foi que nem despachante. Ele falou que não pode resolver, mas vai falar com quem resolve. Nós viemos na prefeitura para falar com quem resolve, não com o despachante. Pretendíamos ouvir que a prefeitura vai respeitar a legalidade, só agir em ocupações com ordem judicial e que vai tratar as ocupações urbanas como caso de política educacional e não de polícia", reclamou.

Por conta da negativa na prefeitura, o grupo prometeu uma nova manifestação para a manhã desta quinta-feira, às 9h, na praça Ramos, na região central da capital paulista.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Terra
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