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Cobrança de estacionamento causa protesto na Ceagesp

De acordo com a assessoria da companhia, quatro seguranças do local ficaram feridos durante confronto com manifestantes

14 mar 2014 - 12h04
(atualizado às 14h08)
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Por volta das 10h, manifestantes contrários à cobrança da tarifa atearam fogo a caçambas, guaritas e veículos
Por volta das 10h, manifestantes contrários à cobrança da tarifa atearam fogo a caçambas, guaritas e veículos
Foto: Edno Luan / Futura Press

Um protesto contra a cobrança de estacionamento na Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, causa tumulto nesta sexta-feira no local. Por volta das 10h, manifestantes contrários à cobrança da tarifa atearam fogo a caçambas, guaritas e veículos. De acordo com a assessoria da Ceagesp, quatro seguranças do local ficaram feridos durante confronto com manifestantes. Os seguranças teriam sido recebidos com pedradas e deram tiros para cima para espantar os agressores.

Por volta das 12h, os manifestantes colocaram fogo na sede da fiscalização da companhia. Mais cedo, já haviam quebrado cabines, montado barricadas e depredado carros. Os manifestantes continuaram no interior da unidade e usaram pedaços de materiais de construção, que estavam sendo utilizados em uma reforma, para quebrar a sede da administração.

De acordo com a assessoria da Ceagesp, cerca de 200 pessoas participaram do protesto. A empresa dispensou todos os funcionários para garantir a integridade dos trabalhadores. Os cerca de 70 seguranças da Ceagesp também se retiraram do local.

A Polícia Militar e a Tropa de Choque foram para o local para tentar conter o protesto. Por volta das 13h50, a situação estava controlada, segundo a PM. De acordo com informações de alguns policiais, haveria traficantes da região entre as pessoas que promovem o tumulto. 

O Corpo de Bombeiros, após ser impedido por manifestantes, conseguiu acessar os focos de incêndio e controlar o fogo. O teto de um dos prédios atingido pelas chamas corria o risco de desabar. 

De acordo com tenente-coronel da Tropa de Choque José Balestiero, ninguém foi preso. "Foi uma operação rápida e bem sucedida. Colocamos cerca de 150 policiais na operação. Viemos para cá porque estava havendo depredações, veículos incendiados e saques. Fomos acionados e, quando chegamos, usamos o mínimo de força possível. Só a nossa presença já inibiu os manifestantes", disse o tenente-coronel. Segundo ele, três ou quatro prédios administrativos foram incendiados ou depredados. A PM usou uma bomba de gás lacrimogênio e duas granadas de efeito moral.

Cerca de 50 mil pessoas circulam diariamente pelo local. Na sexta-feira, ocorre a Feira das Flores, uma das mais tradicionais da Ceagesp. Por causa do protesto, há filas de veículos formadas no acesso de entrada para o entreposto. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) pede que os motoristas evitem circular pela região.

A cobrança

A Ceagesp começou a cobrar ontem pelo estacionamento de veículos, e a cobrança da tarifa também está valendo para os caminhões que carregam ou descarregam mercadorias. Para carros e utilitários, a primeira hora custa R$ 6. Para motos, o valor da diária é único, de R$ 2. Os caminhoneiros pagam entre R$ 4 e R$ 5 – dependendo da quantidade de eixos do veículo – para descarregar a carga por até quatro horas.

Alguns caminhoneiros, que não quiseram se identificar, disseram que a cobrança é um absurdo porque não foi feita nenhuma melhoria no local. Além disso, segundo eles, não há espaço suficiente para os caminhões. Eles dizem que a única reforma foi a instalação de câmeras de segurança.

A Ceagesp informou que a cobrança do estacionamento é a última etapa de um processo de modernização da unidade. O objetivo é tornar mais rígido o controle do acesso de veículos e pessoas, pois foram registradas denúncias de exploração sexual dentro do entreposto. Segundo a companhia, a área tem 700 mil metros quadrados, por onde circulam diariamente 12 mil veículos por dia.

O órgão nega que a cobrança traga impactos no preço dos alimentos. Um estudo da Ceagesp aponta que o custo do pedágio representaria, em média, um acréscimo de R$ 0,02 nos produtos comercializados.

Fonte: Terra
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