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Chuva e outros problemas hidrológicos deixaram mais de 3.400 mortos em 30 anos no Brasil, revela estudo

A falta de estruturas faz parte de problema que causou R$ 151 bilhões de prejuízo ao país. Um terço das cidades não tem drenagem urbana

23 abr 2025 - 15h51
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Resumo
Estudo revela que eventos hidrológicos extremos causaram 3.464 mortes e R$ 151 bilhões em prejuízos no Brasil em 30 anos, destacando a falta de planejamento e estruturas eficientes de drenagem urbana em grande parte dos municípios.
No Jardim Maravilha, zona oeste, 61% das residências têm alta vulnerabilidade para inundações; 2,5 mil, muito alta.
No Jardim Maravilha, zona oeste, 61% das residências têm alta vulnerabilidade para inundações; 2,5 mil, muito alta.
Foto: Fernando Frazão/AB

Nas últimas três décadas, o Brasil teve 3.464 mortes e um prejuízo de R$ 151 bilhões causados por eventos hidrológicos extremos, como chuvas, enchentes e outros. Mesmo assim, o País ainda tem um grande déficit nas soluções de drenagem urbana: um terço dos municípios brasileiros não possui nenhum tipo de planejamento nesse sentido.

As informações foram reveladas por um estudo, publicado nesta quarta-feira, 23, pelo Instituto Trata Brasil, feito em parceria com a consultoria GO Associados. Os dados sobre as mortes são do Atlas Digital de Desastres no Brasil, do Ministério das Cidades, que indica 25,9 mil eventos hidrológicos de desastres de 1991 a 2023, sendo que 74% foram relacionada a chuvas.

Foram considerados no estudo 4.958 municípios, que representam 89% do total de 5.570. Essas cidades tinham informações atualizadas no Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa). Os dados mais recentes são de 2023. 

A cada 10 cidades, 4 afirmaram ter sistemas de drenagem de água da chuva exclusivos. Outras 12,6% tinham sistemas unificados de água de chuva e esgoto, enquanto 14,5% tinham estruturas combinadas para os dois tipos em diferentes trechos. Entretanto, 32,5% das cidades não tinham qualquer tipo de sistema de drenagem. Uma pequena parcela, de 3,2% (equivalente a 157 municípios), disse tratar a água da chuva.

Planejamento para drenagem

Zona norte é a mais vulnerável: são pelo menos 293 mil residências em alta vulnerabilidade a chuvas; 64 mil em muito alta.
Zona norte é a mais vulnerável: são pelo menos 293 mil residências em alta vulnerabilidade a chuvas; 64 mil em muito alta.
Foto: Fernando Frazão/AB

Quando o assunto é planejamento, apenas 263 municípios, equivalente a 5,3% do total da pesquisa, tinham em 2023 um plano diretor de drenagem e manejo das águas pluviais. Ou seja, essas cidades tinham algum planejamento para lidar com o escoamento das águas das chuvas, evitando problemas maiores. A falta desse planejamento em regiões grandes é mais grave no Nordeste, com 98,6% das cidades sem qualquer plano.

Dos 584 municípios de São Paulo pesquisados, o estado mais populoso, apenas 232 (incluindo a capital), tinham um plano diretor para o tema da pesquisa, segundo o Sinisa.

Esse tipo de planejamento é fundamental para fazer um diagnóstico geográfico e de recursos hídricos do município, segundo especialistas. É por meio de planejamentos que podem ser evitadas inundações, enchentes e outros problemas causados pelo clima extremo.

Esses documentos também servem para buscar financiamento para obras e, depois, intervenções. Com isso, é possível criar zonas para reduzir a velocidade das águas, a criação de galerias e instalação de bocas de lobo, por exemplo. Ainda que as prefeituras não tenham recursos, seria possível buscar parcerias com universidades e ONGs para a elaboração desses planos.

Chuva causa alagamento próximo ao terminal Bandeira, região central de São Paulo.
Chuva causa alagamento próximo ao terminal Bandeira, região central de São Paulo.
Foto: Taba Benedicto/ Estadão / Estadão

Nordeste em alerta

A falta de solução para drenagem em cidades nordestinas pode estar relacionada ao histórico de eventos climáticos na região como as secas e ondas de calor. Em contrapartida, a falta de um dos pilares do saneamento básico faz com que todos os outros problemas se intensifiquem.

O estudo defende um investimento per capita de R$ 117,01 até 2033, segundo um cálculo baseado em um estudo do Ministério das Cidades, para que o país atinja a universalização dos serviços de drenagem e manejo de águas pluviais. Essa faixa, hoje, está em R$ 43,79.

O valor foi calculado em dezembro de 2021, e indicava um investimento total de R$ 250,4 bilhões até o ano de 2033.

O Censo 2022, publicado recentemente pelo IBGE, mostrou que 93,6 milhões de habitantes de áreas urbanas no Brasil moravam em ruas com bueiros ou bocas de lobo em 2022. O número é equivalente a 53,7% do total. Essas estruturas evitam alagamentos e acúmulo de água nas cidades.

Fonte: Redação Terra
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