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Câmara do Rio cancela reunião da CPI dos ônibus desta quinta

28 ago 2013 - 19h34
(atualizado às 19h34)
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A Câmara Municipal do Rio de Janeiro cancelou a audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus prevista para acontecer na manhã desta quinta-feira no Plenário Teotônio Villela. Os trabalhos da CPI estavam suspensos desde o dia 22 por uma decisão judicial. Na ocasião, durante a primeira audiência pública da comissão, um protesto envolvendo apoiadores e contrários à comissão começou dentro da Casa e terminou em pancadaria generalizada.

O prazo para recurso era de 48 horas, de acordo com a decisão da juíza Roseli Nalin. A Câmara apresentou defesa, mas a Justiça ainda não se manifestou sobre o recurso, o que, segundo a Casa, inviabilizaria a reunião de amanhã.

Segundo a assessoria da Câmara, mesmo que a decisão saia nesta quarta-feira, não há tempo hábil para organizar a audiência. Uma nova data deverá ser marcada no fim desta semana ou no início da próxima.

Na primeira audiência da comissão, as galerias da Câmara se transformaram numa espécie de estádio de futebol, com manifestantes gritando "vendidos" e "milicianos" e outros "fora maconheiro". Ao sair do prédio, os pró-CPI agrediram um fotógrafo e um militante anti-CPI e ameaçaram jornalistas, dando início a um tumulto. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas. 

Fonte: Terra
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