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Alckmin anuncia projeto contra falta d'água em SP

19 mar 2014 - 18h40
(atualizado às 19h41)
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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou na tarde desta quarta-feira um projeto de interligação de reservatórios, que deve ficar pronto em dois anos, para evitar que o problema que ocorre no Estado em relação ao abastecimento de água se repita. Na última medição, o Sistema Cantareira registrou apenas 14,7% de sua capacidade e já compromete a região norte. Porém, para controlar a situação atual de falta de água, Alckmin afirmou que o Estado está preparado, já que não utilizará o chamado “volume morto” do Cantareira em sua totalidade.

"Não tem nada a ver com o problema de agora. Estamos preparados com reserva técnica (volume morto) de 400 milhões de metros cúbicos. A Sabesp já fez todo trabalho para, se necessário, no inverno, retirar até 196 milhões de metros. Ainda teríamos 204 milhões de metros cúbicos."

Os reservatórios que seriam interligados nesse projeto são o de Jaguai e de Atibainha. Segundo o governador, a obra está estimada em R$ 500 milhões e ainda está em fase de aprovação.

De acordo com Alckmin, o Estado tem seis sistemas de abastecimento de água, porém está passando por ciclos irregulares. Segundo ele, o Rio Grande está com 93% de reservação de água, seguido pelo Rio Claro com 87% de reservação, Guarapiranga com 76,1%, o Alto Cotia 59%, Alto tietê, 37,6% e o Cantareira 14,7%. "Temos o Cantareira numa situação difícil, o que mostra como estão irregulares em uma mesma metrópole", disse. 

Alckmin explicou que precisou falar com a presidente da República, Dilma Rousseff, a respeito do projeto, pois há rios federais envolvidos, e que aguarda uma autorização da Agência Nacional de Águas (ANA) para que o projeto seja feito.

Segundo Alckmin, a represa de Jaguari é da bacia do Paraíba e está a 15 quilômetros da represa Atibainha. “São dois reservatórios gigantescos. As mudanças climáticas pedem o máximo de segurança hídrica. E o máximo de segurança hídrica é interligar os sistemas, as represas, os reservatórios. Nossa proposta é interligar a represa do Jaguari, que é da bacia do Paraíba, com a de Atibainha, que é do Cantareira, com uma regra operadora. Toda vez que o Cantareira baixar de 35% você bombeia água do Jaguari para o Cantareira. Todas vez que sobrar água, pega essa água, bombeia e guarda, armazena no Cantareira. O inverso também vale”, explicou.

Além da presidente Dilma, Alckmin disse ter conversado com o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, e com o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral.

“Cabe a nós explicarmos. Eu falei com o governador Antonio Anastasia, que é um grande contribuinte, com o governador Sergio Cabral, que entendeu e vamos aumentar a reservação do Paraíba. Essa interligação estava prevista para 2020 e estamos antecipando. O governador de Minas foi muito favorável, e o do Rio entendeu, estamos conversados. As equipes técnicas se conversam. Você não vai fazer retirada de água a não ser em situação excepcional. Não vamos tirar nenhuma água do rio Paraíba para transpor. Vamos interligar os reservatórios com um sistema de bombeamento. Um socorre o outro”, explicou.

A partir de maio, cerca de 200 bilhões de litros de água que estão no volume morto do Sistema Cantareira estarão disponíveis para distribuição. As obras foram iniciadas na segunda-feira nas represas de Atibainha e Jaguari. De acordo com a companhia, essa quantidade de água é suficiente para abastecer os moradores da região metropolitana de São Paulo por quatro meses.

Segundo a Sabesp, as águas do fundo das represas ficam abaixo do nível das comportas, por isso a obra é necessária. Serão construídos dois canais de 3,5 quilômetros e, instaladas 17 bombas, que envolvem um investimento de R$ 80 milhões. A Sabesp garantiu que a água passará pelo mesmo tratamento da que é fornecida atualmente e terá, portanto, a mesma qualidade.

A companhia destacou ainda que o total de água no volume morto chega a 300 bilhões de litros, mas serão disponibilizados, neste momento, 200 bilhões de litros. Além disso, informou que essa quantidade será usada apenas se houver necessidade.

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Fonte: Terra
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