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Câmara deve criar comissão para acompanhar caso de cinegrafista morto

11 fev 2014 - 23h55
(atualizado às 23h57)
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A Câmara dos Deputados deve criar uma comissão para acompanhar as investigações sobre a morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão durante uma manifestação contra o aumento das passagens de ônibus no município do Rio de Janeiro na última quinta-feira (6). Santiago teve morte cerebral declarada ontem.

Segundo o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a comissão será criada amanhã e seus integrantes vão ao Rio de Janeiro na segunda-feira (17). "Eles vão trazer para a Casa informações sobre as investigações", disse Alves. 

Hoje, cinegrafistas que fazem a cobertura da Câmara dos Deputados fizeram uma homenagem simbólica ao companheiro morto.

Em comunicado no site da ONU, o representante para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Amerigo Incalcaterra, manifestou preocupação com a violência nas manifestações no Brasil. Incalcaterra ofereceu às autoridades brasileiras a assessoria técnica e a experiência internacional do Alto Comissariado em matéria de direitos humanos.

Atingido em protesto, cinegrafista tem morte cerebral
Santiago foi atingido na cabeça por um rojão durante a cobertura de um protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Centro do Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro. Além dele, outras seis pessoas ficaram feridas na mesma manifestação.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o cinegrafista chegou em coma ao hospital municipal Souza Aguiar. Ele sofreu afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e passou por cirurgia no setor de neurologia. A morte encefálica foi informada pela secretaria no início da tarde de 10 de fevereiro, após ser diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do hospital onde ele estava internado no Centro de Terapia Intensiva.

O tatuador Fábio Raposo confessou à polícia ter participado da explosão do rojão que atingiu Santiago. Ele foi preso na manhã de domingo em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão.

Para delegado que investiga morte de cinegrafista, houve intenção de matarClique no link para iniciar o vídeo
Para delegado que investiga morte de cinegrafista, houve intenção de matar

Raposo ajudou a polícia a reconhecer um segundo responsável pelo disparo do artefato que causou a morte do cinegrafista. O tatuador, preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro, afirmou, de acordo com o relato do delegado, que “eles se encontravam em manifestações" e que "esse rapaz tem perfil violento”.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou, na manhã do dia 11, uma foto do suspeito de ter acendido o rojão que atingiu Santiago Andrade. Caio Silva de Souza, 23 anos, é considerado foragido e tem duas passagens pela polícia. Fábio Raposo, que passou o rojão, reconheceu o autor do disparo a partir da imagem leava pelo delegado. Ele está sendo procurado por homicídio doloso qualificado – quando há intenção de matar – por uso de artefato explosivo e pelo crime de explosão.

Agência Brasil Agência Brasil
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