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Bolsonaro demite Vélez e anuncia Abraham Weintraub como ministro da Educação

8 abr 2019 - 11h44
(atualizado às 13h59)
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O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta segunda-feira a demissão de Ricardo Vélez do cargo de ministro da Educação e anunciou o economista e professor universitário Abraham Weintraub como substituto, numa tentativa para debelar uma crise que perdura desde o início do governo.

Ex-ministro da Educação, Ricardo Vélez, durante reunião em Campos do Jordão, SP
05/04/2019
REUTERS/Amanda Perobelli
Ex-ministro da Educação, Ricardo Vélez, durante reunião em Campos do Jordão, SP 05/04/2019 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

A demissão de Vélez --colombiano naturalizado brasileiro-- já era esperada, após Bolsonaro ter afirmado em entrevista na sexta-feira que o ministro poderia não continuar no cargo.

Ao anunciar a nomeação de Weintraub no Twitter, Bolsonaro afirmou que "Abraham é doutor, professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta". Um pouco depois, no entanto, o presidente fez uma correção no currículo do novo ministro, também por meio do Twitter.

"Corrigindo: Abraham possui mestrado em Administração na área de Finanças pela FGV e MBA Executivo Internacional pelo OneMBA, com título reconhecido pelas escolas: FGV/Brasil, RSM/Holanda, UNC/Estados Unidos, CUHK/China e EGADE-ITESM/México."

No tuíte inicial, além de falar do novo ministro, Bolsonaro também agradeceu Vélez "pelos serviços prestados".

O presidente reuniu-se com Vélez na manhã desta segunda-feira, um encontro que não foi divulgado na sua agenda oficial. Weintraub ocupava até o momento o cargo de secretário-executivo na Casa Civil. Ele se ligou ao governo eleito ainda na época da transição.

O novo ministro terá como missão debelar a crise de gestão por que passa a pasta da Educação, uma das mais importantes da Esplanada dos Ministérios.

Desde o início de janeiro, uma briga entre alas no ministério --a ligada ao ideólogo do governo Olavo de Carvalho, e a dos militares-- levou ao todo a 15 demissões de postos-chave. Na semana passada, foram demitidos os dois últimos integrantes do ministério ligados a Vélez.

Ações importantes do governo têm ficado em segundo plano, como a falência da gráfica responsável por imprimir as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e problemas no ingresso na faculdade de estudantes que são financiados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

O próprio Vélez se envolveu pessoalmente em polêmicas ao defender publicamente a revisão de livros didáticos de história para contar o que considera a história real do golpe de Estado de 1964. Em outra polêmica, o então ministro disse, ao jornal Valor Econômico, que "a ideia de universidade para todos não existe", defendendo que "as universidades devem ficar reservadas para uma elite intelectual".

"ALIADO LEAL"

O novo ministro é professor da Universidade Federal de São Paulo, tendo atuação como executivo no mercado financeiro por mais de 20 anos de experiência, com passagens por instituições como o Banco Votorantim.

Em nota, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, elogiou o ex-auxiliar e agora titular da Educação.

"Professor Abraham Weintraub é um homem com uma sólida formação. Economista, conhece gestão, é professor concursado da Universidade Federal de São Paulo e conhece a iniciativa privada", afirmou Onyx. "Foi uma das pessoas que muito cedo acreditaram na candidatura de Jair Bolsonaro", afirmou.

"O presidente ganha com um ministro capaz, um aliado leal, um administrador competente e honesto que sabe que a educação brasileira precisa ser transformada para verdadeiramente ser o caminho para que crianças e adolescentes possam construir uma vida melhor para si e para suas famílias", acrescentou. 

Vélez é a segunda baixa no primeiro escalão de Bolsonaro, em menos de 100 dias de governo.

Em fevereiro, Gustavo Bebianno, então ministro da Secretaria-Geral da Presidência e que havia presidido o PSL --partido de Bolsonaro-- durante a campanha eleitoral, foi demitido após ser o personagem principal de uma crise que se arrastou por uma semana, depois de ter sido chamado de mentiroso pelo filho do presidente, o vereador fluminense Carlos Bolsonaro (PSC).

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