Balões colorem o céu da Paulista em homenagem a Sofia
Mesmo em meio à tristeza da perda da pequena Sofia Gonçalves de Lacerda, um grupo de amigos, seguidores e familiares reuniu forças para uma homenagem em plena Paulista, avenida mais famosa da cidade de São Paulo, na noite dessa terça-feira (15).
O ato foi organizado pelo Facebook e usou a hashtag #SomosTodosSofia. Munidos de cartazes, faixas e balões brancos e cor de rosa o grupo se reuniu no Vão Livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), por volta das 19h, e seguiu caminhando até a Praça dos Ciclistas, onde parte dos balões foi solta. Durante o trajeto foram feitas orações e todos cantaram a cantiga popular “Se essa rua fosse minha” com autoria atribuída a Mário Lago, que segundo os familiares, Sofia gostava de ouvir.
“Decidimos fazer essa homenagem onde foi o ponto de partida da campanha, onde começaram os pedágios na Paulista”, lembra Geysiely Lacerda, prima dos pais de Sofia e uma das organizadoras da homenagem.
Antes da decisão da Justiça que obrigou o Ministério da Saúde a custear o tratamento da criança no exterior, a família havia lançado uma campanha para arrecadar donativos que pudessem ajudar a pagar as despesas com o transplante. Na época a fanpage “Ajude a Sofia” foi criada no Facebook. Diversos pedágios, bingos, rifas, shows beneficentes, entre outros, foram organizados por voluntários em várias partes do Brasil e até em outros países.
“Estávamos com uma faixa #SomosTodosSofia, cartazes, bexigas. Fomos andando nas calcadas fechando-as com a faixa. Cantando músicas que ela gostava, falando o nome dela. Até a praça dos ciclistas onde fizemos uma oração cantamos e deixamos nosso cartaz com as bexigas lá exposto algumas soltamos gritamos o nome dela. Foi muito comovente”, detalhou. A estimativa é que cerca de 50 pessoas tenham participado.
Ainda que estando distante de Sofia, Geysiely afirma que acompanhou todo o tratamento e torceu pela recuperação dela. “Foi difícil. Mas sempre recebendo notícias. Nós aqui com os grupos de orações, correntes de forças”.
A confeiteira Aleksandra Dantas Fernandes, de 28 anos, fez questão de participar da homenagem. Ela conta que conheceu o caso pela televisão e pelas redes sociais.
“Acompanhei o caso dela desde do começo. Fui em um pedágio também logo no começo das campanhas. Fui hoje porque assim como todos que estavam lá sentem um amor enorme por ela. É um sentimento de amor, de guerra, de batalha”, disse Aleksandra.
“O momento é de tristeza, tanto para os familiares quanto para cada uma das pessoas que ali estiveram presentes. Hoje podemos afirmar: o céu está em festa, mais um anjo foi bem recebido nos braços de Deus. Mais do que uma homenagem, fica também um alerta para todos os governantes, pois além da Sofia, existem tantas outras crianças na fila de hospitais a espera de transplantes. É hora de investir mais em saúde e por um basta na corrupção, só assim outras tantas "Sofias" poderão no final dizer: Eu venci!”, lembrou o jornalista Felipe Marques, de 23 anos, que ajudou na organização e também participou do ato. Outras homenagens estão sendo organizadas para o fim de semana, também em São Paulo.
