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Bolsonaro diz que não sabe precisar quando Moro foi chamado para o governo

Segundo presidente eleito, contato foi feito pelo economista Paulo Guedes; vice-presidente eleito, General Mourão, afirmou que juiz foi procurado 'há algumas semanas'

1 nov 2018 - 19h50
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RIO - O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse nesta quinta-feira, 1º, não saber exatamente em que dia foi feita a sondagem ao juiz Sérgio Moro para que ele assumisse o Ministério da Justiça e da Segurança Pública. O contato foi feito pelo economista Paulo Guedes, seu futuro ministro da Economia, afirmou. "Não tem nada a ver se foi uma semana antes das eleições, um dia antes", declarou, quando perguntado sobre a declaração de seu vice, general Hamilton Mourão (PRTB), de que Moro foi procurado "há algumas semanas".

"Eu nunca estive com Sérgio Moro até seis meses atrás. Num encontro no aeroporto, apertei a mão dele. Ele apertou a minha mão e foi embora. Bateu um papo comigo. Logicamente ficou meio estranha aquela situação. Mas 15 dias depois, ele ligou para mim e falei quase 20 minutos com ele. Eu estava no Piauí. Foi desfeito o mal-entendido. Falei que ele tinha que ter comportamento como aquele mesmo, porque afinidade com política poderia dar margem para críticas futuras", descreveu.

E continuou: "Fora isso, nunca conversei ou apertei a mão dele. Tenho profundo respeito por ele, o que me fez, acabando as eleições, convidá-lo para a gente bater uma papo e, quem sabe, acertar a vinda dele para a Justiça, o que ele aceitou. Assim como estava aberta a questão do Supremo (Tribunal Federal), no futuro". Pressionado a detalhar como feito o convite, disse que foi "Paulo Guedes que conversou com ele" e que não sabia da declaração de Mourão.

Ao falar da convivência com a Câmara e o Senado, afirmou que será preciso conversar com as casas para que a Reforma da Previdência saia aprovada. Sobre o crescimento da economia e criação de empregos, Bolsonaro declarou querer estimular o turismo: "Por que o Brasil não está entre os 40 países que mais recebem turista no mundo?"

Perguntado sobre a relação com a imprensa, disse que quem vai definir a sobrevivência de meios de comunicação é a população.

Defesa de Lula prepara novo habeas corpus citando indicação de Moro

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara um habeas corpus que tem como fundamentação o fato de o juiz Sérgio Moro ter aceitado o convite para assumir o Ministério da Justiça no governo Jair Bolsonaro.

Segundo pessoas com acesso à defesa de Lula, os advogados vão alegar que a ida de Moro para o ministério comprova a tese de que o juiz foi parcial e tinha motivações políticas para condenar o ex-presidente e tirá-lo da corrida presidencial. O HC deve ser encaminhado aos tribunais superiores.

Estadão
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