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Ao ser atingido por 1º disparo, Bruno efetuou cinco tiros, diz superintendente

Em entrevista à Rádio Gaúcha, Eduardo Fontes afirmou que o indigenista perdeu o controle da embarcação após ser alvo do segundo tiro

22 jun 2022 - 05h03
(atualizado às 07h51)
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Ato pede justiça para Bruno Pereira e Dom Phillips
Ato pede justiça para Bruno Pereira e Dom Phillips
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Em novos desdobramentos sobre o caso Bruno e Dom, PF afirma que as apurações apontam que o indigenista Bruno Pereira efetuou disparos após ser atingido pelo primeiro projétil. "Ele chegou a disparar cinco vezes em direção a eles [acusados]. Quando ele leva o segundo tiro, a embarcação se perde", disse o superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Eduardo Fontes.

De acordo com as investigações, o indigenista foi alvo de três tiros. Já o jornalista britânico Dom Phillips, foi atingido por um disparo. Segundo Fontes, os acusados do crime alegam que utilizaram uma espingarda, calibre 16. A informação ainda não foi confirmada pela perícia. Os relatos foram feitos durante uma entrevista à Rádio Gaúcha nesta terça-feira, 21.

Na etapa de reconstituição, o pescador Amarildo Oliveira, o "Pelado", teria entrado em contradição. Jeferson Lima, o "Pelado da Dinha", também foi interrogado pela polícia. Ambos estão presos.

    Conforme o superintendente, a hipótese é que a arma utilizada por Bruno tenha caído no rio Itaguaí quando o barco ficou desgovernado. As informações foram coletadas durante os depoimentos dos suspeitos.

    Ciente das ameaças que sofria por causa da defesa na proteção da Amazônia, da fiscalização da pesca ilegal e dos direitos dos povos isolados, Bruno tinha porte de arma, como indica Fontes. O indigenista já havia discutido com "Pelado" em outras situações. A atuação do acusado na região havia sido denunciada antes mesmo da morte da dupla.

    Até o momento, oito pessoas já foram identificadas como envolvidas, de alguma maneira, no crime. "Três que aparentemente executaram e outras cinco que confessam terem auxiliado na ocultação dos cadáveres", afirmou o superintendente.

    Sobre possíveis mandantes dos assassinatos, Fontes seguiu o tom que norteia a corporação nos últimos dias. "A motivação é algo que estamos trabalhando", justificou. Anteriormente, a PF havia sido criticada por entidades indígenas após alegar que o caso não tinha sido encomendado por outras pessoas.

    Em nota divulgada nas redes sociais, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) avaliou estar preocupada "com as conclusões precipitadas que têm sido veiculadas." Na entrevista, Fontes disse que "toda a prova até o momento colhida aponta para que não exista, neste caso, organização criminosa ou algum mandante". Apesar disso, a corporação "não descarta" a possibilidade.

    Estadão
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