Videoclipe viral com real história da América tem crítica aberta a Bolsonaro
“This is Not America”, do rapper porto-riquenho Residente, expõe imperialismo e histórico de opressões no continente
Qualquer brasileiro vai identificar rapidamente a quem o rapper porto-riquenho Residente está se referindo nas cenas em que um homem, sentado a uma mesa imponente, come carne observado por uma criança indígena – e na sequência limpa a boca em uma bandeira verde, amarela, azul e branca.
A crítica não deixa margem de dúvida: é endereçada à política de Bolsonaro em relação aos direitos indígenas, priorizando o agronegócio.
A cena está em “This is Not America”, videoclipe do rapper Residente, nome artístico de René Pérez Joglar. Residente também é vocalista do Calle 13, grupo que mantém com seus irmãos e que foi frequentemente premiado no Grammy Latino dos últimos anos.
“This is Not America”, colaboração com a dupla franco-cubana Ibeyi, foi lançado no dia 17 de março. Em menos de quatro dias, o vídeo no YouTube tem mais de 7 milhões de visualizações. Talvez a razão seja a sequência de cenas altamente impactantes recontando episódios da história dos movimentos e lutas da América Latina sob as políticas imperialistas norte-americanas.
Além da crítica ao presidente Jair Bolsonaro, o videoclipe tem outra referência ao Brasil: mostra uma imagem de um homem negro metade em um campo de futebol, segurando uma taça, e outra metade empunhando uma arma.
Muitas outras referências aparecem no clipe, que começa com a imagem de Lolite Lebrón, revolucionária porto-riquenha que defendia a independência de Porto Rico e encabeçou um atentado na câmara norte-americana (ainda hoje, a ilha é “território não incorporado” dos Estados Unidos).
Assista ao intenso videoclipe de “This is Not America”, do Residente feat Ibeyi:
E veja algumas referência do clipe aqui:
Ainda sob o impacto de 'This is not America', do rapper porto-riquenho @Residente e da dupla franco-cubana @IbeyiOfficial, resolvi fazer um breve - e certamente incompleto - #cordel de referências nesta obra que deveria tocar profundamente qualquer latino-americano. Segue aí. 👇🏽 pic.twitter.com/SxQCf8eofU
— Luís Fernando Tófoli (@lftofoli) March 20, 2022
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