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Daniel Alves: pagar pelo crime cometido é uma questão de dinheiro

Condenado por estupro, ex-jogador poderá ser solto com pagamento de fiança de um milhão de euros. Decisão mostra que prisão é para pobres

20 mar 2024 - 16h48
(atualizado às 16h50)
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Resumo
Daniel Alves, acusado de estupro, teve sua liberdade provisória concedida com pagamento de fiança de 1 milhão de euros, o que gerou indignação e sinalizou que a liberdade é uma questão de dinheiro.
Condenado por estupro, Daniel Alves poderá ser solto com fiança de um milhão de euros
Condenado por estupro, Daniel Alves poderá ser solto com fiança de um milhão de euros
Foto: Reprodução: Instagram/danialves

Nesta quarta-feira, 20, Daniel Alves correu atrás de 1 milhão de euros para deixar a prisão Brian 2 o mais rápido possível. Não conseguiu a tempo o dinheiro da fiança estabelecida pela Justiça e vai dormir mais uma noite no local onde há 14 meses está encarcerado. 

Mas a notícia de sua liberdade provisória causou indignação. Mesmo que tenha vindo cercada de restrições, tais como a proibição de deixar a Espanha e a obrigação de comparecer uma vez por semana diante de um tribunal, a mensagem que fica mais uma vez é que sendo rico (e homem), a punição de um crime é uma questão de saldo bancário.

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Não importa o tamanho da pena e a gravidade do crime cometido quando o condenado é alguém com muita grana. O dinheiro vai garantir o retorno às suas casas luxuosas, com adega cheia, mesa farta de iguarias e carrões na garagem. 

Em liberdade, mesmo que provisória, homens com o patrimônio de Daniel Alves, que aliás é 60 vezes maior do que a fiança fixada pela justiça espanhola, terão a solidariedade de seus "parças". Ouvirão que foram injustiçados porque a vítima quis se aproveitar do fato do agressor ser alguém famoso e endinheirado, uma infeliz que quis desgraçar a reputação de um cidadão de bem. Quem sabe até evoquem a justiça divina, porque afinal "Deus acima de tudo". 

A vida seguirá normalmente porque para eles estupro é um vacilo, no máximo um erro como disse Tite, ex-técnico de Daniel na seleção brasileira de futebol. Não precisa necessariamente envolver arrependimento, muito menos punição, sentença, essas coisas. Culpa então, nem pensar. Perdão só o das mulheres da família, porque "quem me conhece sabe". Vão seguir suas vidas com a certeza de que terão o perdão de boa parte de sua irmandade masculina. 

Triste é que o mesmo não se pode dizer da vida das mulheres vítimas, marcadas para sempre pelo trauma da violência de seus agressores.

Fonte: Redação Nós
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