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'Não é médico, é um monstro', diz vítima de anestesista preso por estuprar pacientes

Segundo a polícia, médico gravou estupros de pacientes sedadas; ele também produzia e armazenava cenas de pornografia infantil

17 jan 2023 - 11h46
(atualizado às 11h53)
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Anestesista colombiano é suspeito de abusar de duas pacientes sedadas e investigado pelo crime de pornografia infantil
Anestesista colombiano é suspeito de abusar de duas pacientes sedadas e investigado pelo crime de pornografia infantil
Foto: Reprodução/TV Globo

Uma das mulheres estupradas pelo anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carillo enquanto estava sedada durante uma cirurgia contou que estava intubada quando sofreu o abuso. Em entrevista ao jornal RJTV 2ª edição, da TV Globo, a vítima também relatou que nem conseguia falar após voltar do procedimento, devido a forte sedação. O médico foi preso pelos crimes de estupro de vulnerável e pedofilia. 

Segundo a Polícia Civil, a mulher foi estuprada em fevereiro de 2021 no Complexo Hospitalar Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, em uma cirurgia para retirada de útero. Por estar sedada no momento do crime, ela não sabia que havia sido abusada sexualmente. Ela soube apenas agora, após ser identificada pela polícia em um vídeo gravado pelo médico e ver as imagens do estuprou que sofreu. Além dela, o suspeito se gravou estuprando uma outra paciente. 

"Eu não estava conseguindo nem falar quando eu voltei [a retomar os sentidos]. Eu lembro que minha filha ficava fazendo perguntas para mim. 'Por que a minha mãe está assim?'. Aí, o doutor falou: tem um tipo de cirurgia que a gente tem que dar um pouco mais de anestesia porque é prolongada, foi a cirurgia da tua mãe", disse ela.

Aparelhos eletrônicos de médico foram apreendidos e tinham mais de 20 mil vídeos de pornografia infantil
Aparelhos eletrônicos de médico foram apreendidos e tinham mais de 20 mil vídeos de pornografia infantil
Foto: Reprodução/TV Globo

A vítima também relatou o quanto foi difícil saber que tinha sido vítima de abuso sexual enquanto estava dentro de um hospital. "Ele estudou o quê? Para ser bicho, para ser monstro? Ou ele estudou para ser médico? Porque para mim um homem desses não é médico, não. Para mim, uma pessoa dessas é um monstro", lamentou.

Em nota, a Direção Geral do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ) diz que está colaborando com a Coordenação de Relações Institucionais e Articulações com a Sociedade (Corin/UFRJ), que foi acionada a respeito do caso, que corre sob sigilo judicial.

Segundo a instituição, Andres Carrilho ingressou em um curso técnico-prático (semelhante a uma especialização) em março de 2018 e concluiu em fevereiro de 2021. Este curso tem uma vaga oferecida a estrangeiros e segue uma rígida seleção, sendo coordenado pela CAE (Coordenação de Atividades Educacionais). Suas etapas foram percorridas regularmente assim como o número de horas-aulas exigidas.

"A equipe da anestesiologia foi pega de surpresa, já que o indivíduo não apresentava nenhum desvio de comportamento em público e cumpria a função corretamente", afirma o hospital.

Pedofilia

O médico foi preso nesta segunda-feira, 16, em sua residência, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Na ocasião, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão. O anestesista responde ainda a inquérito por produção e armazenamento de cenas de abuso infantojuvenil. 

De acordo com a Globo Rio, os investigadores tiveram acesso à nuvem de dados do celular e dos computadores de Andres, na qual descobriram o armazenamento de mais de 20 mil vídeos de pornografia, sendo alguns, produzidos por ele, de meninas de 9 e 10 anos, sem roupa.  

Conforme a investigação informou para a emissora, o médico criou um perfil falso nas redes sociais, se passando por uma criança ou adolescente, para ganhar a confiança delas. Na troca de mensagens, ele pede que a menina grave um vídeo, e finge ser um garoto da idade dela. Ele ainda diz que vai pedir ao pai para lhe comprar alguma coisa. Em outra conversa, ele pede: “Faz vídeo também gata. Mas deixa no bate-papo, não bota para apagar, por favor”.

Em depoimento à Polícia Civil, ele confirmou que tem compulsão por ver, produzir e armazenar vídeos de pornografia infantil. Já sobre o estupro de vulnerável, ele afirmou aos policiais que escolhia o melhor momento para abusar das pacientes, quando eles estavam sozinhos.

Investigações

As investigações tiveram início em dezembro de 2022 a partir do compartilhamento de informações pelo Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (Sercopi) da Polícia Federal e contou com apoio da Inteligência do 2º Departamento de Polícia de Área (DPA) da Polícia Civil.

Os agentes constataram que o médico mantinha armazenado em seus compartimentos eletrônicos mais de 20 mil arquivos contendo imagens de abuso sexual envolvendo crianças a adolescentes. A análise do material chamou atenção pela gravidade e quantidade de arquivos, que incluíam até bebês com menos de um ano de vida.

"As investigações iniciaram com o objetivo de identificar um homem que possuía farto material de pornografia infantil pela internet. Foram encontrados quase 20 mil arquivos de pornografia infantil. Arquivos extremamente violentos, onde bebê com menos de um ano de idade eram obrigadas a se submeterem a relação sexual com adultos", reforçou o delegado titular da DCAV, Luiz Henrique Marques Pereira. 

Estupros

Com a quebra de dados em compartimentos do celular do suspeito, também foram encontrados vídeos feitos pelo próprio médico. Segundo a polícia, as imagens mostravam o homem estuprando pacientes anestesiadas durante procedimentos cirúrgicos em hospitais das redes pública e particular. Ele tinha o hábito de filmar o ato e colecionar as imagens.

"No decorrer das investigações foram encontrados dois vídeos que mostravam o suspeito estuprando duas pacientes anestesiadas para serem submetidas a procedimentos cirúrgicos. Ele trabalhava nos hospitais mais renomados do Rio de Janeiro. Agora foi encaminhado ao sistema penitenciário, onde permanecerá até a decisão final da Justiça", disse o delegado Luiz Henrique.

Fonte: Redação Terra
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