Moradores de áreas ricas vivem cerca de 2 décadas a mais em São Paulo, diz estudo
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Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (27) pela Rede Nossa São Paulo e pelo Instituto Cidades Sustentáveis mostrou que os habitantes das regiões dos Jardins e do Itaim Bibi, bairros localizados em áreas de maior renda, na zona oeste de São Paulo, têm uma expectativa de vida cerca de 23 anos maior do que os residentes no distrito de Anhanguera, situado no extremo da zona norte da capital.
Intitulado "Mapa da Desigualdade 2023", o estudo pontua que o Brasil é o nono país mais desigual do mundo, onde a população 1% mais rica recebe 38,4 vezes mais que os 50% mais pobres. O documento também ressalta que "a pandemia acentuou as desigualdades estruturantes, piorando as condições de vida dos mais pobres, das mulheres e da população negra".
Realizado desde 2012, o levantamento anual utiliza informações públicas para avaliar a diferença entre os 96 distritos da capital paulista nas áreas de saúde, educação, moradia e cultura. O objetivo é ampliar o acesso às informações e colaborar na formulação de políticas públicas.
Segundo a pesquisa, nos bairros privilegiados dos Jardins e do Itaim Bibi, a média de idade ao falecer atinge os 82 anos. No entanto, no distrito de Anhanguera, a média de idade cai para 59 anos, número que representa o registro mais baixo do estudo.
Os bairros de Marsilac, Iguatemi e Cidade Tiradentes compartilham a segunda menor média, alcançando apenas 61 anos. Em contraste, a segunda maior média de idade é observada nos moradores dos bairros nobres de Moema, Consolação e Alto de Pinheiros, atingindo os 81 anos, média geral maior que a da cidade de São Paulo, que registra 71 anos.
A desigualdade também aparece quando os assassinatos são analisados. Alguns dos distritos com as menores médias de idade aparecem também na lista de regiões com o maior número de homicídios na cidade.
O distrito de Cidade Tiradentes, por exemplo, onde 56,1% dos habitantes são negros, chama a atenção ao registrar uma taxa de 16 homicídios para cada 100 mil habitantes em 2023, um número muito superior à média da cidade, que é de 6,62.
Em relação aos homicídios cometidos contra jovens de 15 a 29 anos, Cidade Tiradentes registrou 36,3 assassinatos de jovens para cada 100 mil habitantes, número que também representa uma média maior do que a média da capital (13,47) no Mapa da Desigualdade.
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