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"Acho importante que crianças brancas brinquem com bonecas negras", aponta colecionadora

Rafaele Breves expõe sua coleção de Barbies negras com para conscientizar crianças e adultos sobre representatividade

11 ago 2023 - 05h00
(atualizado às 13h53)
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"Minhas Bonecas Negras" apresenta coleção de mais de 120 versões de barbies negras
"Minhas Bonecas Negras" apresenta coleção de mais de 120 versões de barbies negras
Foto: Divulgação/@minhasbonecasnegras/@cintiarodriguesfotografa

Rafaele Breves é muitas coisas: jornalista, atriz, capoeirista, gestora pública e colecionadora de Barbies Negras. Sim, aos 33 anos ela tem uma coleção da boneca mais famosa do mundo entre as suas mais de 120 versões negras. 

A paixão começou aos 27, quando entrou em uma loja e se deparou com uma Barbie que, assim como ela, era negra. Foi então que sua coleção começou. "Durante a pandemia, no começo de 2021, resolvi criar um canal no Youtube para falar sobre essas bonecas e contar como eu comprava, onde as encontrava, suas histórias", relembra em entrevista para o Terra NÓS. 

Da plataforma de vídeo para o Instagram foi um pulo, ampliando ainda mais o alcance do seu trabalho, turbinado pelo lançamento do filme Barbie que trouxe suas primeira ações publicitárias e convites para eventos, além da atenção da mídia. 

"O longa foi feito para quem gosta e para quem não gosta da Barbie e, ao refletir sobre o estereótipo da mulher branca loira alta de olhos claros, as pessoas acabaram buscando outros tipos de bonecas e encontrando meu perfil", explica. 

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A importância das bonecas diversas

"Meu perfil não é feito para crianças. Óbvio que crianças podem ver os vídeos, mas ele são muito mais destinados aos adultos. Quem tem que tomar a atitude de comprar uma boneca mais representativa são os adultos, são os pais, os tios, os avós. Eu quero falar com esse público, conscientizar esse público para que eles possam de fato aumentar a representatividade no mundo dos brinquedos" conta Rafaele.

Para a colecionadora, a representatividade é importante no brinquedo porque as pessoas precisam se enxergar. "Na primeira infância, principalmente, a criança precisa do lúdico para conseguir se ver no mundo, ela acaba projetando ali a sua vida, o seu inconsciente, suas vontades e seus desejos", reflete.

Ela reforça que, além de bonecas negras, é necessário "bonecas com outros tipos de corpos, bonecas com deficiência, entre outras, para que a criança crie ali um pensamento que reflita depois um comportamento positivo enquanto adulta: onde ela saiba conviver com as diferenças, possa olhar para o outro não com um olhar de discriminação, de preconceito, mas, sim, um olhar de normatização", aponta. 

"Você não é obrigado a comprar uma Barbie trans", avisa Marcia Rocha:

Em relação à negritude, Rafaele pontua também os recortes de classe e raça e a importância de todas as crianças terem bonecas negras e não apenas crianças negras.  

"Acho importante que crianças brancas brinquem com bonecas negras para que elas possam enxergar as bonecas negras em um outro local, para que não pensem que pessoas negras são apenas os bandidos, as empregadas domésticas, o segurança do shopping, mas qualquer profissional que aquela pessoa quiser ser", finaliza. 

E é buscando passar essa mensagem e reflexões que Rafaele expões suas bonecas em escolas, projetos sociais e até espacos públicos, alcançando cada vez mais gente para um outro lado pouco vista da boneca mais famosa do mundo. 

Fonte: Redação Nós
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