O avião supersônico Concorde que caiu hoje perto de Paris, matando 113 pessoas, era uma das 13 revolucionárias aeronaves anglo-francesas que voavam regularmente. O Concorde, o único avião supersônico de passageiros do mundo, foi fabricado pela Aerospatiale, da França, e pela British Aerospace, da Grã-Bretanha. A aeronave começou a realizar viagens transatlânticas diárias no final da década de 70.
O acidente de hoje foi o primeiro fatal em mais de duas décadas de atividade. O único acidente anterior havia acontecido em 1979, quando os pneus de um concorde estouraram na aterrissagem. No episódio, porém, ninguém ficou ferido.
Desde o início de seu projeto, nos anos 60, o Concorde foi objeto de controvérsias técnicas, políticas, diplomáticas e, acima de tudo, financeiras. Ao custo de foguetes espaciais, tanto a França quanto a Grã-Bretanha se questionaram sobre a utilidade de continuar a produzir o avião.
O primeiro vôo de teste ocorreu em 2 de março de 1969. Mesmo depois de seu vôo inaugural bem-sucedido em abril do mesmo ano, o governo britânico não ficou convencido dos méritos da aeronave. Em meio a preocupações com o meio ambiente, vários pedidos do avião feitos por companhias estrangeiras foram cancelados.
Apenas as empresas aéreas Air France e British Airways iriam usar o avião. Por mais de 20 anos as frotas das companhias continuaram com suas travessias transatlânticas.
Ontem as duas empresas disseram que haviam detectado rachaduras microscópicas nas asas do Concorde, mas a Air France afirmou que não havia perigo para os passageiros.
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