Como funciona a gamificação do Tinder?
App de relacionamentos entrou "de cabeça" no mundo dos games e inseriu diversas novidades na interface para se aproximar da geração Z
O presente já é da geração Z, os nascidos na virada do século XXI. Em porcentagem, eles ultrapassam 32% da população mundial, como previu a Organização das Nações Unidas (ONU). E enquanto o mercado se molda para agradar a este público, totalmente conectado e muito exigente, a gamificação - ou o emprego de técnicas comuns aos games em situações de não jogo - se torna cada vez mais parte do dia a dia das empresas.
O Tinder, pioneiro em apps de relacionamentos, encontrou na seara de games um de seus pilares para construir uma boa comunicação com os jovens. Os projetos mais recentes incluem o "CarnaTinder", realizado dentro de um servidor do GTA Roleplay, patrocínio a empresas de esports, caso da parceria com paiN Gaming em 2019, e as mudanças realizadas dentro do aplicativo.
"Gaming é uma arena que a gente sempre está olhando, como podemos estar lá de uma forma relevante. É uma geração que gosta de jogar, e o processo de gamificação é uma coisa muito natural. E isso se reflete dentro do aplicativo. Ele não deixa de estar se inspirando nesse universo", disse o diretor do Tinder no Brasil, Rodrigo Fontes.
Mas nem tudo se baseia apenas em consumo. Com mais de 64 bilhões de matches ao redor do globo, o Tinder é o aplicativo mais usado para estabelecer conexões entre pessoas, e já é parte do "lifestyle" dos jovens. Não se limitando apenas aos solteiros que "procuram por um amor".
"Nossa preocupação é que o Tinder reflita os valores deles [geração Z], o que eles gostam e como estão acostumados a consumir produtos culturais. De certa forma, o Tinder acaba sendo um produto cultural", ressaltou Fontes.
Segundo um relatório da empresa, de 2020, chamado "O Futuro do Dating", o comportamento da geração Z em relação ao envolvimento emocional tem muito mais a ver com compartilhar momentos do que o envolvimento físico. Uma frase retirada de uma bio de um usuário diz o seguinte: “Se você conseguir me descobrir no Among Us, eu vou te dar um beijo... (com o seu consentimento, é claro). ”
"Os jovens não se relacionam de uma forma linear. A gente está ali presente como uma plataforma para conectar pessoas, mas o que vai sair desta conexão depende delas. Pode ser uma pessoa que você chamou para montar uma estante na sua casa e acaba indo comer pizza com você duas vezes por semana ou um amigo para jogar online", concluiu.
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