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Prince of Persia: mil e uma noites de um clássico dos games

Conheça a história do desenvolvimento do primeiro jogo e saiba como ele revolucionou o mundo dos jogos

26 jun 2023 - 11h02
(atualizado em 26/6/2023 às 09h34)
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Como Prince of Persia revolucionou os games:

O final dos anos 1970 e início dos anos 1980 foram cruciais para o mundo dos jogos. O avanço tecnológico permitiu não só o lançamento dos primeiros computadores pessoais, como também o desenvolvimento de games independentes. 

Esse universo atraiu a atenção de Jordan Mechner, um jovem de apenas 15 anos que entrou de cabeça nessa cultura ao comprar um Apple II e dar seus primeiros passos em programação.

Mechner desenvolveu suas habilidades clonando games famosos da época. Um deles, chamado "Deathbounce", foi enviado para a desenvolvedora Brøderbund, mas por se tratar de uma cópia do conhecido "Asteroids", acabou recusado - não sem antes impressionar algumas pessoas.

Os dirigentes da Brøderbund enviaram uma cópia de Choplifter, um recente lançamento da companhia para Mechner. Isso fez com que o jovem percebesse que podia ir além e imaginar aventuras originais para um videogame.

Apaixonado por games e cinema, e iniciando uma faculdade em Yale, Mechner desenvolveu um projeto em paralelo aos estudos. Em 1984, ele criou Karateka, desta vez aceito e lançado pela Brøderbund. 

De forma inédita, Mechner fez uso de uma antiga técnica cinematográfica, a rotoscopia. Em resumo, rotoscopia é o traçado sobre filmagens de movimentos humanos reais: Mechner filmou seu então sensei de caratê para criar um personagem no game, e o resultado impressionou o mundo na época.

As mil e uma noites

O sucesso de Karateka fez com que Mechner fosse contratado pela Brøderbund. Inicialmente, seus dirigentes queriam uma sequência, porém o agora desenvolvedor preferiu partir para um projeto original. Foi então quando recebeu a sugestão de pensar em algo como Simbad e Ali Babá, histórias que fazem parte dos contos de Mil e uma Noites.

Mechner adotou a ideia e buscou referências no filme "O Ladrão de Bagdá", de onde também tirou a ideia de criar um Vizir maligno que sequestra uma princesa. No game, o vilão joga o protagonista em uma catacumba, e dá à princesa 60 minutos para se casar com ele, ou a matará. Assim, o jogador tem esse tempo para escapar de inúmeras armadilhas, derrotar Vizir e salvar sua amada.

Diferente de Karateka, cujo gameplay era todo concentrado no combate, em Prince of Persia o foco são as plataformas. Para desenvolvê-las, Mechner se inspirou na sequência inicial de Indiana Jones e a Arca Perdida - e é aí que começa o grande desafio técnico do desenvolvimento de jogo. 

Mechner se incomodava com a física "flutuante" dos games de plataforma da época e resolveu que Prince of Persia seria mais realista. Para isso, ele evoluiu sua técnica de rotoscopia, que seguia um intricado processo, mas é um verdadeiro mergulho nas tecnologias analógico-digitais do século XX; confira o vídeo abaixo (em inglês):

Primeiro, Mechner gravou seu irmão fazendo vários movimentos com uma câmera VHS. Em seguida, ele reproduziu os vídeos em uma televisão em uma sala escura e fotografou quadro a quadro.

Em seguida, ele levava os rolos de filmes fotográficos com até 35 fotos até uma reveladora local, unia as tiras reveladas e marcava os contornos do personagem em cada quadro com uma caneta sharpie e um corretor líquido. Após isso, era hora de levar tudo para uma máquina Xerox.

Com as marcações em mãos, Mechner desenhava sobre os xerox em uma mesa de animação para, então, apontar uma câmera de vídeo conectada a um primitivo digitalizador compatível com o Apple II. Por fim, ele transferia os quadros para o computador e os desenhava como pixels.

Apesar de difícil e demorado, esse processo resultou na movimentação mais realista dos games até então. O segundo grande desafio foi adicionar os combates. Inicialmente, Mechner pensou em Prince of Persia como um jogo sem lutas, como forma de se diferenciar de Karateka. 

Ele mudou de ideia por insistência de uma colega que, ironicamente, trabalhava na divisão de jogos educativos da Brøderbund. Mechner novamente recorreu a um clássico do cinema, "As Aventuras de Robin Hood", cujo duelo de espadas no fim do filme passou por todo o processo e foi inserido na jogabilidade de Prince of Persia.

O amor vence no final

Após 3 anos de árduo trabalho para contornar as muitas limitações técnicas do Apple II, Prince of Persia foi lançado em 1989. Apesar de impressionar as publicações da época, seu sucesso foi moderado. 

No entanto, as conversões para Mac e IBM-PC e, posteriormente, para consoles 8 e 16-bits da Nintendo e da Sega tornaram Prince of Persia um grande sucesso dos videogames. Seu triunfo foi tanto que criou um novo subgênero, o "cinematic platform", que serviu de inspiração para jogos como Flashback, Another World, Blackthorne, entre tantos outros.

A franquia Prince of Persia receberá um novo jogo, The Lost Crown, no início de 2024 para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch, Xbox One e Xbox Series X/S. O último jogo, Prince of Persia: The Forgotten Sands, foi lançado em 2010.

Fonte: Game On
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