Jogamos: Wizard of Legend 2 mantém a essência e renova no visual
Sequência aposta em novo estilo visual, combate cooperativo e builds mais diversas, mas mantém o desafio como marca registrada
Wizard of Legend 2 retorna com o desafio de continuar uma das experiências mais rápidas e punitivas do gênero roguelite. Dessa vez, o projeto está nas mãos da Dead Mage, estúdio conhecido por jogos como Children of Morta, e que agora assume a sequência com mudanças claras na direção de arte e no foco do combate.
Mesmo com o visual mais limpo e o suporte ao modo cooperativo online, a proposta continua voltada para batalhas intensas, movimentação constante e as magias tendo o papel principal. A troca de estúdio trouxe novidades, mas o espírito do original segue presente, agora com outra identidade.
Em busca do poder supremo
A proposta por trás da narrativa é bem direta. Você deve escolher uma dos vários elementos de Arcana, passar por provações e perigos pelo caminho e, por fim, buscar seu trunfo final, que é alcançar a imortalidade e se tornar o mago lendário, o maior entre todos. Apesar de parecer simples, a história funciona bem graças aos personagens que aparecem ao longo da jornada. Como se trata de um torneio, outros feiticeiros surgem trazendo comentários sobre o que está acontecendo e o que podemos esperar nas próximas etapas. A dose de humor também ajuda a manter o ritmo leve e interessante.
Logo no início, é preciso escolher um elemento básico entre fogo, água, vento, raio e terra. A escolha lembra bastante o estilo de Avatar: A Lenda de Aang, com cada tipo tendo suas próprias particularidades. Essa seleção é única no começo, então vale pensar bem antes de escolher, já que os demais só são liberados mais adiante.
Dessa vez decidi fugir do tradicional e fui com o elemento terra. Foi uma escolha divertida. O personagem desfere socos com rochas e chutes que lembram um ataque de peso. A única coisa que me causou estranheza foi ter uma habilidade de trovão liberada logo de início, mesmo com o aviso de que só seria possível usar outros elementos mais para frente.
Roguelite desafiador
A jogabilidade segue o padrão de roguelike e roguelite, com combates rápidos e punitivos se o jogador não souber administrar bem as habilidades. Os inimigos atacam em grupos e a vida não se regenera entre as fases, o que exige mais cautela. Encontrar pontos de cura é raro, então cada avanço exige mais cuidado. Durante as fases é possível encontrar relíquias que funcionam como habilidades passivas. Algumas aumentam o dano, outras garantem efeitos ao ser atacado, e também há as que ampliam a vida. Essas relíquias aparecem em altares, em baús ou como recompensa de mini-chefes. Também há pedras de teletransporte espalhadas pelo mapa e pilares que servem para fortalecer as Arcanas, que são as magias do personagem.
Em uma das partidas, enfrentei cinco fases e uma delas estava marcada com ponto de interrogação. Essa área especial trouxe o duelo contra outro feiticeiro, que usava ataques de fogo. Esse tipo de surpresa ajuda a manter o interesse durante a progressão.
Fracassar faz parte da experiência, principalmente nas batalhas contra chefes. Quando isso acontece, voltamos para uma escola de magos que funciona como hub central. Lá é possível interagir com personagens como Serjik, o mentor das Arcanas. Ele libera novas habilidades para o protagonista usando as gemas do caos, que são coletadas durante as expedições. As Arcanas são divididas em básica, impulso, especial e padrão. Essa divisão permite criar builds variadas, como misturar fogo e gelo em um mesmo conjunto.
Dentro da escola também encontramos Madame Moulin, que vende relíquias antes das partidas. Por mais que isso ajude nos primeiros estágios, essas relíquias ocupam apenas um espaço e não são tão poderosas quanto as que aparecem durante o jogo. Ainda assim, podem fazer a diferença no começo de uma boa corrida.
Outro personagem importante é Nazradin, que permite equipar runas passivas. Elas são divididas entre positivas e negativas. As positivas oferecem vantagens como começar com mais ouro ou recuperar vida ao subir de nível. As negativas complicam o jogo, dando escudos aos inimigos ou até removendo itens de cura do mapa. Só recomendo usá-las quando sua build já estiver bem sólida e você quiser um desafio de verdade.
O título está totalmente localizado com as legendas em português, e o trabalho da equipe de localização merece aplausos pelas boas adaptações tanto das piadas quanto da trama. Um detalhe interessante é a possibilidade de jogar com até quatro jogadores em modo cooperativo, mas isso é completamente opcional. Caso queira, é possível convidar um amigo na lareira localizada logo ao sair do seu quarto na escola. Ainda assim, para quem busca uma experiência realmente desafiadora, jogar solo acaba sendo mais especial.
Considerações
Wizard of Legend 2 consegue manter o que funcionava no primeiro jogo, mesmo com a troca de estúdio e o novo estilo gráfico. A jogabilidade continua ágil, punitiva e focada em criar combinações eficientes de magias. O novo sistema de elementos e a presença de builds mais personalizáveis dão fôlego extra à progressão.
O modo cooperativo, embora opcional, adiciona uma camada interessante, principalmente para quem prefere enfrentar os desafios ao lado de amigos. Já a ambientação reformulada e o novo visual mais “cartunesco” podem afastar quem gostava do estilo original, mas não comprometem a experiência. No fim, Wizard of Legend 2 entrega uma sequência sólida e desafiadora, que respeita o legado do original mesmo ao seguir novos caminhos.
Wizard of Legend 2 está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.