Delta Force: Hawk Ops traz inovações e homenageia passado da franquia de tiro
Campanha inspirada em Falcão Negro em Perigo é chamariz, mas o multiplayer é onde o jogo tem mais potencial
Quem curtia games de tiro multiplayer lá pela virada do ano 2000 se lembra com carinho da franquia Delta Force: uma série de tiro em primeira pessoa com um jeitão mais 'tático', que hoje poderia ser descrito como um meio termo entre Call of Duty e Battlefield. É essa sensação que Hawk Ops, jogo que marca o retorno da franquia, passa após algumas partidas em seus modos multijogador.
O Game On teve a oportunidade de jogar o game e conversar com os desenvolvedores do TiMi Studios em Los Angeles, alguns dias antes da Summer Game Fest. O estúdio é bem conhecido pelo popular Call of Duty Mobile, mas embora Delta Force: Hawk Ops esteja previsto também para celulares e seus produtores reconheçam o aprendizado que foi trabalhar com a franquia da Activision, o novo game foi pensado para plataformas mais robustas, como PC e consoles atuais.
Campanha cinematográfica
Um dos destaques do jogo é a campanha solo para um jogador, intitulada Black Hawk Down e baseada no filme 'Falcão Negro em Perigo' (2001), que conta a história real do que seria uma missão simples dos Rangers norte-americanos na Somália que deu muito errado e virou uma das batalhas mais intensas das últimas décadas. A campanha é toda feita no motor gráfico Unreal Engine 5 e é descrita como "um conteúdo premium, sem microtransações".
Assim como nos jogos antigos, há cenas vindas direto do filme - a TiMi adquiriu os direitos de imagens do longa metragem para usar no game e manter a tradição da franquia Delta Force. É um modo de jogo com gráficos de ponta e que só estará disponível no game de PC e consoles.
Multiplayer para todos os gostos
Mas vamos ao que importa: como são as partidas multiplayer? A resposta é...depende do modo que você vai jogar. Por exemplo, o modo Guerra Devastadora tem batalhas em grande escala (64 jogadores no PC e consoles, 24 no mobile), com os times disputando posições estratégicas no mapa. Cada jogador assume um papel específico, com uns mais focados no combate direto, outros atuando como suporte. Você também escolhe em que ponto do mapa vai entrar. Cada personagem tem sua própria habilidade de arma e é preciso trabalhar em equipe para aumentar suas chances de vencer, permanecer de pé nas batalhas ou mesmo se levantar com a ajuda de outros jogadores.
Nessas partidas, um dos times é o defensor, que precisa segurar o avanço dos inimigos sobre suas áreas. O outro lado é o atacante, que tem que tomar esses pontos estratégicos. As partidas que joguei tinham muitos soldados - a maioria bots, claro - e deu para experimentar um pouco de diferentes personagens: Lobo (Assalto), que é o tipo mais normal de combatente; Apicultor (Suporte), Pastor (Engenheiro), Luna (Reconhecimento) e Vyron (Assalto). Todos eles sempre entram na partida com uma faca, pistola e sua arma principal, que muda de acordo com o personagem.
O jogo em si é muito bonito e fluído, com partidas rápidas e punitivas, mas cheias de possibilidades. O game deve estar ainda melhor no lançamento, pois a versão que joguei representa como Delta Force: Hawk Ops estava em fevereiro. A jogabilidade foi bem agradável, mas vale notar que eu estava jogando com teclado e mouse, o que meu deu estabilidade. Ainda me pergunto como vai ser jogar no celular, com os comandos na tela do jogo?
Agora, o modo Operações de Risco segue a linha dos 'extraction shooters', estilo de game de tiro que está em voga atualmente: seu esquadrão entra no mapa para capturar recursos estratégicos e escapar com a maior quantidade possível. O problema é que há inimigos poderosos e outros grupos de jogadores de olho nos mesmos recursos, inclusive nos que seu time está carregando. Neste modo, 24 jogadores se dividem em esquadrões pequenos, com no máximo três membros.
Mesmo antes da partida começar nesta modalidade, já deu para sentir que é muito mais estratégico, desde a escolha do mapa (há vários mapas planejados para esse modo) até o equipamento inicial, inclusive tomando cuidado para selecionar a munição adequada para sua arma, proteção e outros equipamentos. É bom jogar com um headset para se comunicar e principalmente, ouvir de onde vem os ataques.
Há muitas opções de armas e armaduras e o efeito não é apenas visual: os itens equipados afetam a jogabilidade e até mesmo a forma que você enxerga a partida. O jogador pode calibrar a arma e suas modificações, fazendo ajustes no dano à distância, controle, estabilidade e várias outras coisas. Esses mods podem ser comprados usando a moeda do jogo. Ao todo, 42 armas diferentes estarão disponíveis no modo Operações de Risco.
Mas não dá para bancar o John Wick e carregar uma mochila abarrotada de armas e munição: é preciso deixar espaço para medicamentos e para carregar o que você encontrar - não só na mochila, mas em outras bolsas acopladas ao personagem. É tudo muito tático e detalhado, dá para passar um bom tempo só planejando suas builds.
Mas nenhum planejamento resiste ao contato com o inimigo, como deu para notar ao entrar em campo! Decidi ir direto para onde estavam aos chefes, o que não se mostrou tão fácil, pois você não escolhe onde vai começar neste modo, indo parar em lugares aleatórios e sem muita certeza de para onde indo, ou mesmo se o chefe que está procurando vai aparecer - mas os cenários são bonitos e o clima de tensão ao cruzar outro esquadrão deixam as partidas bem empolgantes. Rolam efeitos especiais nas sessões de jogo. Por exemplo, no meu caso, teve uma grande queda de avião. Aliás, ao entrar no covil do chefe da área, deu para ouvir os passos dos inimigos lá dentro, o que fez toda a diferença.
Enquanto no modo anterior ser abatido é só um inconveniente temporário para o time, aqui é bem mais sério: você perde todos os itens que levou para a batalha, recebe um relatório de quando você morreu e até quantas balas levou. Mesmo sair vivo de um conflito é traumático: eu consegui curar meu personagem após encarar um oponente bem mais forte, mas fiquei com a perna quebrada!
Operações de Risco é totalmente diferente de Guerra Devastadora e surpreende ver as duas modalidades como parte do mesmo jogo. É um misto de PvE, PvP, mas que também parece um jogo single player. Foi uma experiência muito divertida, que me mostrou o potencial que Delta Force: Hawk Ops tem para agradar aos jogadores contemporâneos.
Com lançamento previsto para 'em breve', Delta Force: Hawk Ops está em produção para Android, iOS, PC e consoles PlayStation e Xbox.