Jon Vlogs reúne lendas do CS para campeonato inédito inspirado na Kings League; entrevista
Drafts, cartas especiais, lendas do cenário e um formato inspirado na Kings League: Jon Vlogs explica como nasceu o projeto
O universo do Counter-Strike sempre foi movido por paixão, improviso, rivalidade saudável e, acima de tudo, criatividade. Mas, de tempos em tempos, aparece alguém disposto a mexer no tabuleiro e propor algo totalmente novo.
Foi exatamente o que aconteceu quando Luan “Jon Vlogs” decidiu unir seu amor antigo por CS com o formato explosivo e imprevisível da Kings League. O resultado? Um campeonato de CS2 com drafts, tiers, cartas especiais e alguns dos nomes mais lendários do cenário brasileiro.
Conversamos com ele sobre a origem da ideia, os desafios dos bastidores, a força da comunidade e como esse projeto pode ajudar a reacender ainda mais o hype do Counter-Strike no Brasil. Confira a entrevista completa abaixo.
Game On - De onde surgiu a ideia de criar um campeonato de CS2 inspirado na dinâmica da Kings League? Houve algum momento específico que fez você pensar: “Isso funcionaria no Counter-Strike”?
Jon Vlogs - Sempre fui muito fã de CS. Tem vídeo meu no canal torcendo para times brasileiros em 2016, gravando vídeo nessa resenha toda aqui. Conseguir fazer algo da comunidade para a comunidade sempre foi um sonho. Essa dinâmica da Kings foi algo que abriu muitas ideias e chegamos num consenso de fazer algo próximo para ter outras dinâmicas também.
Game On - Qual foi o maior desafio para tirar o projeto do papel?
Jon Vlogs - Sinto que fazer qualquer coisa na estrutura que a gente quer fazer sempre é um desafio, porque buscamos a qualidade perfeita. Mas encontramos parceiros ótimos para ajudar, tanto quanto os nossos capitães quanto a Imperial, Ferjee e Fortune Box, nosso patrocinador.
Game On - O que guiou a escolha de nomes tão icônicos como Fer, TACO, FNX e Boltz?
Jon Vlogs - São nomes históricos. Não tem um jovem que olhou pro cenário competitivo de CS algum dia e não se inspirou nessa galera. Hoje, somos amigos próximos, e isso facilitou muito para trazer essa galera gigante pro evento.
Game On - O torneio contará com drafts, tiers e cartas especiais. Pode explicar cada uma delas e como elas impactam a partida para quem está assistindo e jogando?
Jon Vlogs - A ideia é trazer aquele dinamismo da Kings onde, “do nada, tudo pode mudar”. Vai ter round com economia sendo alterada, pistol round no meio do camp, entre outros. Tem bastante coisa legal para quem está assistindo.
Game On - Para você, o CS2 estava precisando justamente desse lado mais showmatch? Algo que quebrasse a formalidade dos campeonatos tradicionais?
Jon Vlogs - Não sei se estava precisando, pois até acontecem alguns, mas acho que trazer algo mais “sério”, sendo um projeto de conteúdo, é uma vertente muito legal que a gente pode ir criando. A ideia é tirar do papel por hora e voltar com novas edições, tornando a ASL cada vez maior
Game On - O Brasil é, historicamente, um dos países mais apaixonados por Counter-Strike. Qual é o papel desse evento para reacender o “hype” do CS no país?
Jon Vlogs - O Brasil é, de fato, um dos lugares que tem a comunidade mais apaixonada dos esports e, hoje, a gente vê a FURIA nesse momento lindo que estão passando, levantando títulos e tal. Sinto que trazer um pouco dessa vertente de conteúdo também fomenta bastante a comunidade gigante que o CS/esports tem. Estou bem ansioso pra ver onde isso vai chegar.
Game On - Você acha que iniciativas como essa podem inspirar outros criadores e organizações a inovar no formato dos torneios?
Jon Vlogs - Claro! E tomara que inspire, inclusive! Quanto mais conteúdo pra essa comunidade gigantesca assistir, melhor.
Game On - Como você vê o futuro do CS2 competitivo no Brasil? Estamos vivendo um momento de reconstrução do cenário?
Jon Vlogs - De fato sim, o futuro é muito promissor. A FURIA agora do Fallenzão tá fazendo um trabalho absurdo, estamos acompanhando daqui e vendo a linda história que eles estão fazendo lá fora.
Game On - O evento será transmitido tanto na Twitch quanto no YouTube. Qual é a importância de fazer essa ponte entre plataformas e alcançar públicos diferentes?
Jon Vlogs - A multistream é algo que vem dominando bastante o mercado hoje, encontrando públicos e plataformas diferentes. O YouTube é mais a galera da TV, que tá de casa e curte live, e é sempre a primeira opção deles. Construir essas comunidades em diversas plataformas é algo bem importante pro creator hoje.
Game On - O impacto da comunidade te surpreendeu quando o torneio foi anunciado?
Jon Vlogs - Sim, muita coisa. A galera gosta muito de livestreams e, quando juntamos pra criar algo relacionado a CS, todo mundo abraçou muito bem e as expectativas foram muito além do esperado.
Game On - Você pretende transformar esse campeonato em uma franquia anual, como a própria Kings League?
Jon Vlogs - A ideia é que sim. Estamos estudando quantas edições, quando e como viabilizar. Mas é um projeto que queremos trazer longevidade.
Game On - Nos bastidores, qual foi o momento que te fez pensar: “Ok, isso aqui vai ser maior do que eu imaginava”?
Jon Vlogs - Quando fechamos toda essa galera e pensamos: ‘Po, olha o pessoal gigante que abraçou’. E também quando anunciamos. O feedback no Twitter e no Instagram foi muito, muito grande mesmo. Ficamos muito felizes com isso.
Game On - Entre todas as lendas presentes, qual delas você mais sonhava em ter no evento — e por quê?
Jon Vlogs - Creio que todos, de uma forma geral. Eu acompanhava esse povo jogando quando era muito menor, vivia aquilo assistindo. Estar com toda essa galera hoje é algo muito importante pro Luan, muito antes do Jon, sabe?
Game On - Existe alguma carta especial ou dinâmica secreta que o público só vai descobrir ao vivo?
Jon Vlogs - O que eu posso adiantar é que resenha e competitividade não vão faltar. Temos bastantes ‘cartas na manga’. São seis cartas: uma força eco; em outra, o round vale por dois; outra elimina um jogador… De resto, convido vocês a assistirem a transmissão porque vai ser muito legal!
Conclusão
No fim das contas, fica claro que o projeto nasceu de paixão, respeito pela comunidade e uma vontade real de inovar dentro do CS2. A ASL combina espetáculo, nostalgia e competitividade em doses iguais — e isso só é possível porque quem está por trás entende profundamente o impacto que esses nomes e esse jogo têm no Brasil.
Se depender do entusiasmo de Luan e da resposta gigantesca do público, essa pode muito bem ser apenas a primeira de muitas edições. O cenário brasileiro vive um momento de reconstrução e esperança, e iniciativas como essa mostram que ainda há muito espaço para criar, experimentar e fortalecer a cena. Para quem joga, assiste ou apenas vibra por CS, o futuro promete — e promete alto.