Jogamos: Chun-Li desembarca em Fatal Fury e mostra que ainda manda no ringue
A musa dos chutes impossíveis chega a City of the Wolves com estilo, confiança e um recado: os lobos de South Town vão ter problemas!
Quando a SNK anunciou que Chun-Li entraria em Fatal Fury: City of the Wolves, muita gente levantou a sobrancelha. “Como assim a rainha do kung-fu de Street Fighter vai bater ponto em South Town?”. Mas bastou assistir o trailer — e depois sentir o controle na mão — pra entender: ela não veio de visita. Chun-Li veio pra dominar.
A elegância virou arma
Desde o primeiro golpe, dá pra perceber o cuidado da SNK em manter a essência da Chun-Li. Ela continua sendo o furacão de chutes rápidos, pulos graciosos e golpes que misturam força e leveza de um jeito só dela.
O icônico Spinning Bird Kick tá lá, o Kikoken também — tudo refeito no estilo visual mais robusto de City of the Wolves. Só que agora, tudo isso brilha ainda mais com o sistema REV, que dá um ar mais cinematográfico às lutas.
Cada chute parece ter peso. Cada impacto soa com aquele “tchack” satisfatório de quem sabe o que tá fazendo. É quase uma dança — só que com hematomas.
De Noxus pra South Town — ops, digo, de Shadaloo pra SNK
Na história, Chun-Li chega investigando pistas da Shadaloo — e acaba cruzando com o submundo de South Town. É uma daquelas desculpas narrativas perfeitas pra colocar dois mundos colidindo. E funciona.
Ver ela trocando golpes com personagens como Rock Howard, B. Jenet ou Terry Bogard é o tipo de crossover que mexe com qualquer fã de luta dos anos 90. É quase um sonho de fliperama que finalmente virou realidade.
Um gameplay rápido, técnico e... perigoso
Jogar com Chun-Li é uma delícia. Ela é rápida, precisa e tem uma curva de aprendizado generosa — fácil de começar, difícil de dominar.
Os ataques básicos fluem bem, os combos conectam de forma natural, e o ritmo dela é perfeito pra quem gosta de pressionar o adversário.
Mas cuidado: ela também é frágil. Um erro e você vira o alvo favorito de personagens mais parrudos, como Marco Rodrigues ou Hotaru.
E sim, os TMR sticks (pra quem joga no controle moderno) ajudam a sentir cada movimento com precisão. Chun-Li responde rápido, quase instantaneamente. Dá pra perceber que o time da SNK quis respeitar o “timing Capcom” — aquele toque suave de controle que define a personagem.
Visual e carisma intactos
O visual dela é um show à parte. A SNK fez questão de preservar tudo o que torna Chun-Li icônica, mas com o toque de realismo e sombra característico da RE Vision Engine do jogo.
O tecido do qipao dela se move com fluidez, os efeitos de energia nos chutes são hipnotizantes e o olhar determinado continua sendo a cereja do bolo.
E a dublagem — tanto em japonês quanto em inglês — acerta o tom de veterana experiente que ainda se diverte em combate.
O que pode causar polêmica
A chegada da Chun-Li em City of the Wolves realmente dividiu opiniões — e olha, com certa razão.
Enquanto alguns fãs mais puristas de Fatal Fury enxergam a inclusão dela como um movimento mais comercial, outros (como eu) acharam que ela encaixou bem demais... talvez até demais.
Jogando a versão demo, deu pra sentir que a Chun-Li tá poderosa — seus combos conectam com uma velocidade absurda e o alcance dos chutes é um perigo até pra veteranos do elenco. Ela é rápida, tem pressão constante e castiga erros com eficiência quase cirúrgica. Talvez um pouco acima da curva.
Claro, pode ser que isso mude no lançamento final — é comum o balanceamento receber ajustes nos primeiros patches. Mas, por enquanto, ela parece aquela aluna nova que chega na turma já sabendo todas as respostas da prova.
Um convite aos novatos e veteranos
Pra quem é fã da Chun-Li, o convite é claro: ela está melhor do que nunca.
Pra quem é novo no mundo de Fatal Fury, a personagem serve como um ótimo ponto de entrada — leve, fluida e com um kit de golpes intuitivo.
E pra quem gosta de testar personagens técnicas, com foco em velocidade e reflexo, ela entrega tudo isso com sobra.
Não é exagero dizer que Chun-Li tá entre os melhores personagens da primeira leva de DLCs de City of the Wolves. A SNK não apenas trouxe a personagem — ela a homenageou do jeito certo.
Conclusão
Chun-Li aparecer em Fatal Fury: City of the Wolves mostra o elo entre duas eras dos jogos de luta. A jogabilidade é fiel, os visuais são impressionantes e a integração ao sistema REV dá um toque moderno sem perder o charme clássico.
Ela prova que o legado da Capcom e da SNK pode coexistir — e quando isso acontece, o resultado é pura magia de arcade. A Primeira Dama dos Jogos de Luta segue invicta. E agora, os lobos vão ter que aprender a dançar kung-fu também.