Vôlei: em meio a crise, Rainha da Praia terá disputa intensa
Com um cenário exuberante de fundo, a praia de Ipanema, foram apresentadas na manhã desta sexta-feira as oito jogadoras que disputarão a 16ª edição do Rainha da Praia, que acontece neste final de semana no Rio de Janeiro. Apesar do clima de expectativa para a competição, o evento também teve na pauta a crise que atingiu a Confederação Brasileira de Vôlei.
A disputa pelo título promete ser intensa nesta temporada, já que todas as jogadoras que disputarão a coroa mais cobiçada do vôlei de praia fazem parte da Seleção Brasileira. Talita, Juliana, Maria Elisa, Barbara, Ágatha, Maria Clara, Carol e Taiana foram unânimes em afirmar que a competição é uma das mais prazerosas e bonitas d a temporada. Há ainda duas atletas reservas: Amanda e Thais.
Atual Rainha da Praia, Talita tem a chance de conquistar a terceira coroa nas areias cariocas: venceu em 2008 e 2013. Para a atleta, a troca de experiência que a competição pede é um dos maiores trunfos dentro da quadra.
"O Rainha da Praia é uma das melhores competições que têm. Você dá o seu melhor e consegue tirar o que a outra também tem de melhor. Tento sempre ajudar e tirar o máximo da minha parceira que está ao lado. Quero muito manter a minha coroa, mas esse ano será mais complicado, o nível está muito grande", afirmou a atual "majestade".
Seguindo na mesma linha, Juliana, campeã da competição em 2005, quando jogou pela primeira vez, diz que esse ano vai para ganhar, mas que a ajuda entre as atletas é o maior legado da competição. Medalhista olímpica - foi bronze em Londres 2012 - e heptacampeã do Circuito Mundial, ela admite que quando entra em quadra há pressão.
"O grande legado do Rainha não é só ganhar, mas ajudar outras pessoas. É um torneio bacana, descontraído, mas acho que tem pressão sim, ao contrário do que pensa a maioria. Mas quero pegar essa coroa. Todo mundo entra para ganhar e venho batendo muito na trave", afirmou a jogadora.
Escândalo
Juliana disse estar triste com a crise na modalidade após denúncias envolvendo irregularidades na CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), mas que prefere não emitir opinião até que todas as investigações sejam finalizadas. Segundo a ESPN Brasil, na gestão do ex-presidente da entidade Ary Graça, empresas de dois ex-dirigentes da CBV receberam R$ 10 milhões cada em comissões por um contrato de patrocínio, assinado diretamente com o Banco do Brasil. Uma auditoria para investigar o caso está em andamento.
"Não posso ficar respondendo, pois não sabemos o desenrolar disso tudo. Ainda não acabou. Lógico que fico triste. O vôlei é um esporte altamente vencedor, que traz medalhas, no qual os atletas se dedicam de corpo e alma. É óbvio que todos os atletas e as pessoas que amam o esporte ficaram tristes e querem o esclarecimento de tudo que aconteceu. Queremos a verdade, mas por enquanto não sabemos quão verdade são as coisas. Acho que teremos um tempo para a verdade vir à tona, e se vier que as pessoas sejam punidas e paguem por aquilo, porque sem dúvida a gestão do vôlei de praia foi e ainda é campeão", afirmou Juliana.
Regulamento
Os jogos do Rainha da Praia serão disputados em um set de 21 pontos, de acordo com as regras oficiais da FIVB. Os sets não possuem ponto limite e só terminarão com uma diferença mínima de dois pontos no placar. No primeiro dia de torneio serão realizadas seis partidas, e a atleta com maior número de vitórias em cada chave avança.
Para a final, domingo, disputada em melhor de três sets, a jogadora poderá escolher qualquer outra participante já eliminada para compor sua dupla para a decisão. A atleta que vencer a partida será coroada. No Grupo A estão Bárbara, Maria Elisa, Talita e Carol Solberg. No Grupo B, Ágatha, Juliana, Taiana e Maria Clara.
As competições acontecerão sábado e domingo, às 11h, em uma arena montada na praia de Ipanema, na altura da Rua Paul Redfern.