PUBLICIDADE

Vôlei

Tifanny tenta derrubar projeto de lei que proíbe trans no esporte em São Paulo

Jogadora de vôlei luta contra PL que tenta estabelecer 'sexo biológico como único critério para definição de gênero de competidores esportivos

10 out 2019 - 09h26
(atualizado às 15h29)
Compartilhar
Exibir comentários

Depois de percorrer gabinetes petistas na Assembleia paulista, a jogadora de vôlei trans Tifanny Abreu acertou na quarta-feira com a deputada Beth Sahão o pedido de audiência pública com participação de uma junta médica. A informação é da coluna Direto da Fonte, de Sonia Racy, do Estadão.

Beth quer ampliar a discussão sobre os limites hormonais para que mulheres trans possam atuar em equipes femininas. Seu foco é derrubar o projeto de lei 346/2019, que tramita na Casa e proíbe as trans em torneios oficiais do Estado de São Paulo. A proposta estabelece o "sexo biológico como o único critério para definição do gênero de competidores em partidas esportivas oficiais no Estado".

Tifanny planeja apresentar, na audiência, os seus próprios exames médicos, que, segundo ela, estão dentro das taxas admitidas pelo Comitê Olímpico Internacional. A autoria do PL 346 é do deputado estadual de São Paulo Altair Moraes (Republicanos). O projeto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se aprovado também na Câmara proibirá a atuação de atletas transexuais em modalidades do sexo oposto ao nascimento. O PL ainda prevê multa de 502 salários mínimos para quem descumprir a legislação que passaria a vigorar 180 dias a partir de sua publicação.

O Comitê Olímpico Internacional permite a participação de mulheres trans no esporte feminino desde 2016. E exige que essas atletas façam tratamento hormonal para manter o nível de testosterona em até 10 nanomol por litro de sangue, uma especificação médica. Tifanny é a primeira transexual a atuar na Superliga Feminina de Vôlei. Aos 33 anos, ela foi autorizada pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) a disputar a competição após passar por cirurgia de mudança de sexo. Até os 31 anos, a atleta participou de edições do torneio masculino no Brasil, na Europa e na Ásia.

Em 2017, Tifanny assinou contrato com o time de vôlei de Bauru, hoje semifinalista do principal torneio feminino da categoria, e vem se destacando na equipe. O assunto divide opiniões até mesmo na modalidade. Uma parte entende que a força física da jogadora faz muita diferença dentro da quadra. Quando não era trans, a atleta sempre teve participação mediana nos campeonatos masculinos.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade