Conheça os personagens da disputa mais acirrada na Seleção
- Celso Paiva
- Direto de Roma
A posição de oposto já consagrou jogadores que fizeram parte da história da Seleção Brasileira de vôlei. Por ela, já passaram nomes consagrados como Xandó, Marcelo Negrão, André Nascimento e Anderson. Mas hoje, o que se vê dentro da equipe de Bernardinho é uma disputa acirrada neste setor.
Titular da equipe nos últimos dois anos, Leandro Vissotto ainda leva vantagem sobre Theo. Porém, o reserva vem entrando bem em momentos de oscilação do titular no Mundial de Vôlei e aos poucos vai colocando uma dúvida na cabeça de Bernardinho.
O Terra conversou com os dois jogadores e mostra a história dos personagens da disputa de posição mais apertada da equipe verde e amarela neste momento:
Leandro Vissotto
O camisa número 6 da Seleção Brasileira se destaca pela altura pouco habitual para um jogador que atua como oposto. Com 2,12m, ele é o atleta mais alto da equipe e tem larga experiência internacional, já que atuou na Itália nas equipes do Latina, Taranto e Trentino.
Mas não foi sempre nesta posição que Vissotto jogou durante sua carreira. "Quando eu iniciei do mirim para o infantil, o meu treinador me colocou de meio de rede por conta da altura. Mas nunca gostei dessa posição porque é meio como um zagueiro no futebol, porque você corre, protege e quando toma o ponto a culpa sempre é sua. Então eu comecei a errar tudo de propósito, até ele perceber. Foi então que me mudou primeiro para ponta, aí depois de um tempo virei oposto".
O jogador disse que se interessou pelo vôlei graças a um empurrãozinho de suas irmãs. "Vou te falar que nunca acompanhei muito e fui meio forçado porque elas faziam eu ir". Na carreira, Vissotto disse que o mais sofrido foram as diversas lesões. "As principais barreiras para mim foram as contusões, principalmente no início da minha carreira. Me desanimou muito. Teve momentos que eu pensei em desistir da carreira", contou.
Na Itália, onde jogou por quatro anos, Vissotto disse que teve problemas com a língua no começo. "No começo tudo era novidade. Então às vezes era complicado ir em um restaurante ou no supermercado para conseguir se comunicar e pedir o que eu queria". O jogador também criticou a falta de comprometimento de algumas equipes do país europeu. "Faltava compromisso, os times não pagavam em dia, era bem complicado", lamentou.
Théo
Bem mais baixo que seu concorrente de posição, medindo 2,02m, Théo tem a mesma idade de Vissotto (27 anos). O camisa número 9 é conhecido pela força nos seus ataques e pela sua potência nos bloqueios que o renderam o apelido de "placa". "É que o bloqueio dele parece uma bola batendo na placa, não passa", afirmou o levantador Bruninho.
Théo se interessou pelo vôlei quando tinha uns 14 anos. "No colégio, eu sempre ficava assistindo os maiores jogando vôlei. Lá em Brasília era um pouco mais difícil de encontrar. Depois de um tempo fui chamado para jogar em um clube em Sobradinho (região metropolitana de Brasília). Mas esse foi o momento de maior dificuldade para mim, porque lá não tinha muito onde jogar. Era complicado".
O jogador disse também que teve muitas dificuldades de acompanhar mais o vôlei no início. "Comecei a asssistir o início daquela equipe que ganhou tudo, na qual ainda tem uns jogadores aqui como Giba, Dante e Rodrigão. Também comecei a pegar fitas com jogos mais antigos dos Mundiais da década de 90", explicou.
Assim como Vissotto, Théo também não jogou sempre como oposto. Durante o tempo na Seleção juvenil chegou a jogar de levantador, posição que voltou a atuar na polêmica partida contra a Bulgária, quando atuou improvisado no lugar de Bruninho. No vôlei japonês há dois anos, onde atua pelo Santory Sundirds, Théo já se adaptou ao país asiático e a comida local.