Parte do contrato da 777 com o Vasco é revelado após perder segredo de Justiça
Confira detalhes do acordo de acionistas, revelado após decisão judicial por conta de ação movida pela KPMG, que intermediou a venda
Após dois anos da venda da SAF do Vasco para a 777 Partners, abriu-se a público um dos contratos entre as partes. Isso ocorreu devido a uma decisão judicial que negou o pedido de sigilo feito pela KPMG, consultoria envolvida na transação e que moveu uma ação no Tribunal de Justiça de São Paulo.
A empresa de consultoria busca valores pendentes de cerca de R$ 24,5 milhões, dos quais recebeu apenas R$ 6,6 milhões até agora. A juíza Melissa Bertolucci decidiu que os documentos relacionados à venda deveriam ser divulgados. Lembrando, porém, que os efeitos do contrato em questão estão suspensos por decisão judicial.
Segundo o portal "ge", em publicação desta quinta-feira (10), embora o contrato de investimento permaneça em sigilo, o acordo de acionistas apresenta algumas informações financeiras. A 777 Partners comprometeu-se a quitar dívidas do clube, realizar investimentos e cobrir custos de estruturação, totalizando até R$ 700 milhões em pagamentos, o que já era conhecido.
Mas, além disso, ainda de acordo com a matéria, o contrato estipulava um orçamento para o futebol, com investimentos de R$ 360 milhões entre 2022 e 2023, e valores anuais que variam de R$ 250 milhões até 2026. Metas de desempenho para o time também garantiam um dos cinco maiores orçamentos do futebol brasileiro a partir de 2027.
O contrato também regia que se a 777 falhasse em cumprir suas obrigações financeiras, ela não poderia distribuir lucros aos acionistas. O contrato inclui mecanismos de proteção para o Vasco, como um "bônus de subscrição" que permitiria ao clube retomar o controle em caso de inadimplência.
Outras restrições no contrato entre Vasco e 777
A 777 Partners enfrenta restrições em relação à revenda da SAF, não podendo vendê-la enquanto não quitar todos os aportes. O contrato também impõe limitações sobre quem pode adquirir participação no clube, excluindo entidades esportivas e ex-administradores de clubes do Rio de Janeiro.
Outra restrição era que, enquanto a 777 fosse a controladora, o Vasco não poderia vender percentual da SAF para algumas concorrentes, como Fenway Sports Group, City Football Group, Pacific Media Group, Red Bull e Eagle Football (este, de John Textor).
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