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Tour da tocha olímpica já provocou protestos em 24 Estados

12 jul 2016 - 11h13
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Maior símbolo dos Jogos, a tocha olímpica virou alvo de protestos em 24 Estados, além do Distrito Federal. Questionamentos em grupos de redes sociais, manifestações de rua e reclamações formais de personalidades das cidades têm sido uma constante na trajetória da tocha pelo Brasil. Não se trata de um movimento contra a realização da Olimpíada do Rio. Mas sim da utilização de recursos públicos para cobrir os gastos com o revezamento.

O lutador de MMA Lyoto Machida recebeu R$ 21 mil do Governo do Pará para conduzir a tocha olímpica em Belém (PA), que foi alvo de muitas críticas
O lutador de MMA Lyoto Machida recebeu R$ 21 mil do Governo do Pará para conduzir a tocha olímpica em Belém (PA), que foi alvo de muitas críticas
Foto: Divulgação/ME

Isso contrasta com o lado festivo desses eventos, que têm levado centenas de milhares de pessoas a celebrar a passagem da tocha pelos locais em que moram.

Não existe um valor preciso que defina o quanto foi (e ainda vai ser) aplicado pelos três níveis de governo para receber a festa. É possível, porém, fazer uma estimativa a partir de consultas aos sites oficiais de vários municípios que estiveram, e ainda estarão, no caminho da tocha. Esse total pode ser superior a R$ 11 milhões.

Somente em Brasília, em 3 de maio, no dia em que a tocha começou a sua corrida por mais de 300 cidades do País, a quantia gasta teria sido de aproximadamente R$ 4,3 milhões. Isso por causa da megaoperação que reuniu milhares de policiais e da estrutura montada na Esplanada dos Ministérios.

Em geral, as despesas de cada município com o revezamento variam entre R$ 15 mil e R$ 100 mil e correspondem ao aluguel de banheiros químicos e grades móveis, contratação de seguranças e serviços gerais, como pinturas e poda de árvores. Os shows, com palcos e exibição de artistas, aumentam os custos. Algumas cidades, porém, têm obtido todo o suporte para receber a tocha dos patrocinadores dos Jogos.

O Terra apurou que houve protestos, durante a passagem da tocha, em pelo menos 60 cidades de todas as regiões do País. No se computaram, nesses casos, as manifestações em defesa ou contra Dilma Rousseff ou Michel Temer.

Segue uma pequena lista de onde ocorreram alguns desses atos contra o tour da tocha e o porquê deles:

Propriá (SE) – pescadores espalharam cartazes em suas embarcações contra a tocha e em defesa de mais investimentos para o Rio São Francisco;

Ribas do Rio Pardo (MS) – estudante, com tochas de papel, posou para fotos em pontos críticos da cidade; sua atitude 'viralizou' na internet.

Barra Mansa (RJ) – vereador Denílson Câmara fez um apelo à população para que apagasse a tocha; disse que havia outras prioridades locais;

Belém (PA) – críticas se espalharam pelas redes sociais contra o governo do Estado, que gastou R$ 21 mil para que o lutador de UFC, Lyoto Machida, carregasse a tocha;

Paulo Afonso (BA) – em passeata, manifestantes disseram que trocavam a tocha por atenção à saúde no município;

Muriaé (MG) – moradores foram à Câmara Municipal com nariz de palhaço para reclamar dos gastos com a tocha e pedir mais dinheiro para saúde, educação, transporte e segurança;

Patos de Minas (MG) – após a indignação de internautas, Ministério Público do Estado instaurou inquérito para apurar as despesas do município com o evento, que teriam sido de cerca de R$ 300 mil;

Presidente Prudente (SP) – estudantes de uma faculdade de medicina ocuparam as ruas para criticar a passagem da tocha e pedir com faixas e cartazes mais vagas para a graduação no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies);

Várzea Grande (MT) – servidores públicos estaduais e professores da rede municipal criticaram o evento e aproveitaram manifestação para fazer uma série de reivindicações;

Porto Alegre (RS) – grupos em redes sociais, com o apoio de milhares de pessoas, fizeram um movimento para boicotar a passagem da tocha pela cidade.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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