Casares promete rigor em apuração de esquema clandestino de camarote no São Paulo
Presidente do Tricolor afirma que não haverá favorecimento e garante investigações interna e externa após pedido de licença de dois diretores
O presidente do São Paulo, Julio Casares, manifestou-se nesta terça-feira (16/12) sobre o caso envolvendo dois diretores do clube que admitiram participação em um esquema de exploração clandestina de camarote no estádio do Morumbis em dias de shows. O dirigente prometeu rigor total na apuração dos fatos e destacou que não haverá qualquer tipo de proteção ou favorecimento aos envolvidos.
Na última segunda-feira (15/12), Douglas Schwartzmann e Mara Casares, os dois diretores citados no episódio, formalizaram o pedido de licença de seus cargos poucas horas após a revelação do esquema. A denúncia veio à tona por meio de uma gravação telefônica, divulgada pelo "ge", na qual Schwartzmann admite que ele e outras pessoas obtiveram ganhos financeiros com a comercialização irregular do espaço.
"Não haverá favorecimento"
Em nota oficial, Julio Casares afirmou que respeita o direito à ampla defesa. Contudo, deixou claro que o clube adotará medidas duras caso acabem sendo confirmadas as irregularidades.
"Não defendo e nem pratico prejulgamento e condenação prévia. Acredito no amplo direito à defesa. Mas ressalto que, seja qual for o resultado da sindicância, vamos agir com rigor com quem quer que eventualmente esteja sendo apontado com conduta inadequada no Clube. Não há e nem haverá favorecimento por proximidade, amizade, parentesco, função ou alinhamento político", escreveu o presidente.
Segundo o conteúdo da gravação, Douglas Schwartzmann afirma que Mara Casares teria recebido de Márcio Carlomagno um camarote no estádio. Assim, começou a comercializar ingressos para o show da cantora Shakira, realizado em fevereiro deste ano. Carlomagno virou o braço direito de Julio Casares e um dos principais nomes do grupo da situação visando às eleições do clube em 2026.
O camarote citado na conversa e que também é alvo de um processo judicial é o 3A, localizado no setor leste do Morumbis. Contudo, em documentos internos do São Paulo, o espaço aparece identificado como "sala presidência". O local fica em frente ao escritório de Julio Casares e costuma ser utilizado para reuniões internas e entrevistas.
A nota de Júlio Casares, presidente do São Paulo
"Tomei conhecimento da lamentável conversa telefônica em áudio gravado divulgado pela imprensa nesta segunda-feira, um dia muito triste para a instituição.
Só venho me manifestar agora, um dia inteiro após os fatos virem à luz, porque a prioridade é a de que tudo seja esclarecido e, se assim for necessário, as devidas medidas sejam tomadas.
Casos como este não podem passar sem estarem sendo devidamente esclarecidos, e isso estará sendo feito por meio da sindicância que foi instaurada imediatamente após a revelação do episódio. Este trabalho, está sendo feito em duas frentes: a primeira e mais importante é a auditoria externa, para que não haja nenhuma possibilidade de interferência política ou de influência de poder. Todos serão ouvidos e um relatório final dará ao Clube suas considerações e orientações de eventuais próximos passos. Em paralelo, a sindicância interna será tocada pelo departamento de compliance.
Não defendo e nem pratico prejulgamento e condenação prévia. Acredito no amplo direito à defesa. Mas ressalto que, seja qual for o resultado da sindicância, vamos agir com rigor com quem quer que eventualmente esteja sendo apontado com conduta inadequada no Clube. Não há e nem haverá favorecimento por proximidade, amizade, parentesco, função ou alinhamento político.
Não podemos conviver com malfeitos de nenhuma natureza.
Nenhuma pessoa é e nunca será maior que o São Paulo Futebol Clube."
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