Santos aceita condição de "ponte" e já luta para manter Damião por um ano

O Santos discute com o Grupo Doyen os últimos termos antes da oficialização do centroavante Leandro Damião, comprado recentemente pelo fundo inglês junto ao Internacional por 14,5 milhões de euros (cerca de R$ 46,7 milhões). Sem maiores alternativas, o clube aceitou a condição de ser utilizado como "ponte", último destino no País antes da transferência para a Europa, e agora luta para convencer os investidores a mantê-lo por, pelo menos, uma temporada, descartando a possibilidade de negociação já na primeira janela de transferências.

A ideia do Doyen é recolocar o novo jogador em alta, novamente. Com a transferência e visibilidade no futebol paulista, os empresários acreditam que o Damião volta a ter chances de disputar a próxima Copa do Mundo e se valorizar, ainda mais, antes de ser transacionado. Caso o projeto se cumpra, seria vendido já no meio do ano. O futebol italiano surge como o seu principal destino.

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O clube, por sua vez, alega internamente que fará um empenho para manter o jogador já que lhe pagará luvas, cerca de R$ 1 milhão, e dará a seu novo camisa 9 a condição de mais bem pago do atual elenco, sucedido pelo argentino Walter Montillo. O desejo inicial da diretoria era ter participado de parte da negociação, posteriormente centralizada pelo grupo de investidores.

A ideia de tê-lo por um ano evitaria, também, cobranças políticas em um ano considerado fundamental por ser eleitoral.

O Santos realizou uma "faxina" no elenco, liderada pela dispensa de veteranos, para conseguir reservar 1,5 milhão mensais em sua folha salarial para bancar a contratação de três jogadores renomados. A prioridade é adquirir dois atacantes e um meio-campista: Damião preenche parte da cota.

A negociação entre Inter e o grupo ocorreu após a cessão do Atlético de Ibirama, que aceitou receber menos pelos 30% dos direitos econômicos sobre o jogador.Os gaúchos repassarão 2,5 milhões de euros (R$ 8 milhões) do montante ao clube de Santa Catarina.

A Doyen Sports é um grupo inglês, representada por Duprat no Brasil. O dirigente já esteve envolvido com o clube ao final da década de 90 por meio da Unicór, extinta empresa plano de saúde, então patrocinadora máster. À época, foi um dos enquadrados pela CPI do Futebol que citou em seu relatório que a empresa deixou uma dívida de 1,2 milhão no clube quando saiu. O cartola se defendeu negando o prejuízo.

Depois disso, foi no Corinthians o responsável pela intermediação da parceria com a MSI (Media Sports Investment) sendo em 2007, ano do rompimento do contrato, acusado pelo Ministério Público de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. As acusações foram consideradas ineptas, recentemente. A volta aos negócios com o Santos aconteceu com a compra do grupo de parte dos direitos do meia Felipe Anderson, posteriormente negociado com a Lazio, da Itália.