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Lucas Lima vence frustrações e se inspira em D'Alessandro

26 out 2014 - 10h40
(atualizado às 10h44)
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Meia fez cinco gols e deu nove assistências no ano
Meia fez cinco gols e deu nove assistências no ano
Foto: Divulgação Santos FC

Lucas Lima e o Santos precisavam um do outro. O meia, motivado por um recente e inédito protagonismo no Sport, buscava superar dispensas e frustrações da carreira para uma sonhada projeção no cenário nacional. O clube queria, enfim, esquecer Paulo Henrique Ganso. Hoje um dos principais nomes santistas na temporada, o camisa 20 contou ao Terra que, antes da melhor fase dos 24 anos, precisou entender uma transferência para o rival Palmeiras esfriada por aconselhamento de seu descobridor e externou que tem o argentino Andrés D'Alessandro como principal inspiração na posição para chegar à Seleção Brasileira .

"Recebi conselhos fundamentais (do Lelo, descobridor e então técnico na Internacional de Limeira) na época que estava para sair para o Palmeiras B. Ele aconselhou muito bem", disse o jogador. "Fui fazer teste no Palmeiras B na época, mas acabei não ficando, voltei para a Inter. Ele sempre me falou para ter calma, que sairia direto para o profissional, não precisaria dessa passagem do B", completou.

A não ida para o Palmeiras B passou pelo aconselhamento direto, motivado pelo fato de considerar um atraso para a carreira do meio-campista e também pela série de desilusões em outros clubes: Chapecoense-SC, Rio Preto-SP e América-SP. Quase um ano depois veio a recompensa: o acerto com o Internacional.

Lá, no entanto, começou justamente na equipe B e sofreu com o pouco aproveitamento com Dorival Júnior, Fernandão e Dunga, o atual técnico da Seleção Brasileira que já passa a sonhar. O que mais aproveitou foi a inspiração em D'Alessandro.

"(O principal camisa 10) com quem joguei mesmo, que pude ver, foi o D'Alessandro. Fiquei admirado com a qualidade e a liderança, é um jogador muito diferenciado. Então, acho que é ele (a principal inspiração), mas sempre gostei muito do Ganso pelo que fez aqui, pela diferença na visão do jogo", explicou.

A passagem pelo Sport mudaria os rumos. Foi peça fundamental no acesso para a Série A, com sete gols em 47 jogos disputados, e despertou o interesse do Santos, mas, mesmo sendo alvo de alto investimento de R$ 5 milhões - comprado em transação financiada pelo fundo maltês Doyen - precisou de tempo para provar o investimento. A preparação forçada para a Copa do Mundo, no interior de São Paulo, foi a peça-chave. Principal nome santista no segundo semestre ao lado de Robinho ele quer, agora, levar o Santos a uma conquista da Copa do Brasil para, enfim, conseguir chegar a Seleção.

"Eu trabalho para isso (chegar a Seleção). O objetivo máximo do jogador é esse e comigo não é diferente, tenho trabalhado a cada dia para ajudar o Santos. O que eu fizer aqui vai contar muito, se o time for bem ajuda, também. Então, quero o Santos no topo para o meu futebol ir ao topo e chegar na Seleção. Esse é o meu pensamento maior, o meu objetivo e o meu foco", concluiu.

Veja, na íntegra, a entrevista exclusiva com o meia Lucas Lima:

Terra: a sua fase é muito boa, já dá para afimar que é a melhor da carreira?

Lucas Lima: com certeza, tive um bom momento no Sport, mas não se compara com que estou vivendo aqui. Sempre sonhei estar em um clube grande, principalmente um paulista. Estou muito feliz por ter conseguido uma sequência grande e estar jogando bem, em um momento bom. Preciso sempre melhorar, mas estou muito feliz com o meu momento.

Ao lado de Zinho, em sua apresentação ainda desconhecido
Ao lado de Zinho, em sua apresentação ainda desconhecido
Foto: Divulgação Santos FC
Terra: bom, vi que tem passagens por clubes modestos, além do Inter B. Como foi a sua trajetória? Quem te descobriu?

Lucas Lima: passei pela Chapecoense, fiquei um ano lá, mas, praticamente, nada deu certo. Fui para o Rio Preto-SP, José Bonifácio-SP e o América-SP, onde fiz uma Copa São Paulo. Logo depois um treinador me ligou dizendo que ia assumir a Inter de Limeira-SP. Não tinha nada na época e falei: 'vou de olhos fechados'. Acabei ficando quatro anos lá até aparecer o Inter. Fui, então, parar no Inter B, mas só fiquei um mês antes de chegar para o principal, onde joguei um pouco do Campeonato Brasileiro, com o Dorival. Depois, chegou o Fernandão e não ganhei mais chances. Acabei renovando o contrato lá e saí por empréstimo para o Sport, mas foi mais uma opção minha mesmo, por não ser tão aproveitado por eles.

Terra: mas quem é o seu descobridor no futebol? Ele chegou a te aconselhar com relação ao Palmeiras B, procede?

É o Lelo, ele estava na Portuguesa Santista, inclusive, não sei se está mais. Foi o treinador que me deu confiança, de quem recebi conselhos fundamentais na época que estava para sair para o Palmeiras B. Ele aconselhou muito bem. Sempre me passou para ter paciência, para eu trabalhar porque tinha muita qualidade e, na hora certa, iria sair. Fui fazer teste no Palmeiras B na época, mas acabei não ficando, voltei para a Inter. Ele sempre me falou para ter calma, que sairia direto para o profissional, não precisaria dessa passagem do B.

Terra: o Sport foi um divisor de águas na sua carreira. Como chegou lá? Foi uma alteranativa do seu empresário?

Lucas Lima: foi um pedido do Vadão, na época o treinador. Ele passou ao meu empresário (o interesse) e eu quis. Logo que cheguei o Vadão saiu, veio o Ségio Guedes e, depois, o Marcelo Martelotte. No fim deu tudo certo.

Terra: lá, por sinal, me lembro de tê-lo visto atuar sempre aberto pelo lado direito. Foi um posicionamento inédito para você? Precisou se adaptar?

Lucas Lima: eu jogava bem aberto com o Martelotte mesmo, mas com liberdade de também atuar por dentro, na armação. Em alguns jogos iniciava na atual posição do Santos, então nunca teve surpresa, sempre gostei das duas funções. Claro que é um pouco diferente, mas serviu para isso, para me adaptar bem a essas duas posições. Não tem problema isso para mim. Se precisar, agora, estou à dispoisção. Prefiro jogar centralizado, onde posso render mais. Mas é a versatilidade, preciso ter isso, estar à disposição.

Terra: no Santos você demorou a se adaptar. O que aconteceu? Faltaram oportunidades? A demora da sua transferência te prejudicou?

Lucas Lima: demorou mesmo para jogar e quando cheguei já existia uma formação, um time. Demorou até para poder treinar com os meu companheiros, estar jogando, isso me prejudicou um pouco, claro, não pude estar desde o começo me entrosando. Depois, a equipe estava muito boa, também, a fase estava boa, era difícil entrar. Joguei alguns jogos, mas claro que queria ter participado mais das fases finais do Campeonato Paulista. Compreendi e aceitei, pois estava chegando a um time grande e precisava esperar o meu momento, a oportunidade. Foi isso que tentei fazer.

Terra: imagino que foi um período difícil, então, até as primeiras chances reais de jogar no Santos.

Lucas Lima: é ruim, não podia vir para o campo, só treinava quando não tinha imprensa. Eram só treinos na academia, lá dentro, praticamente separado do grupo. Isso é ruim, queria estar à disposição para ir para aos jogos, então foi um momento difícil, mas passou logo. Tratei, então, de ficar à disposição, encontrei a minha melhor forma física e técnica para ajudar o Santos.

Terra: teve um jogo em que você foi substituído na Arena Pantanal que o Oswaldo falou que lhe faltava confiança para ser titular. Como conseguiu mudar isso?

Lucas Lima: conta muito a confiança, mas o ritmo é fundamental. Naquela época não tinha jogado, praticamente, nenhum jogo, só entrado no segundo tempo. Quando tive uma sequência pude melhorar o meu rendimento. Então, a sequência foi importante. O Oswaldo me passou toda a confiança quando me colocou, o mesmo tem acontecido com o Enderson e isso conta muito. A paralisação para a Copa me ajudou, fiz a pré-temporada, voltei fisicamente melhor. Os preparadores físicos me falaram isso. Depois tudo aconteceu em campo, veio a confiança. Foi fundamental essa paralisação, pude trabalhar para voltar com tudo.

No principal gol que fez pelo Santos, contra o Botafogo
No principal gol que fez pelo Santos, contra o Botafogo
Foto: Divulgação Santos FC
Terra: e você, apesar de ser o 20, veio para substituir o Ganso como camisa 10. Em quem se inspira? Quem foi o principal camisa 10 que jogou?

Lucas Lima: com quem joguei mesmo, que pude ver, foi o D'Alessandro. Fiquei admirado com a qualidade e a liderança, é um jogador muito diferenciado. Então, acho que é ele (a principal inspiração), mas sempre gostei muito do Ganso pelo que fez aqui, pela diferença na visão do jogo. Tem outros, tambpem, como o Neymar e o Messi, que fazem muitos gols e dão assistências.

Terra: o Dunga tem chamado jogadores que atuam no País: Robinho, Elias, Ricardo Goulart, Everton Ribeiro... já espera uma convocação? Tem acompanhado?

Lucas Lima: eu trabalho para isso (chegar à Seleção). O objetivo máximo do jogador é esse e comigo não é diferente, tenho trabalhado a cada dia para ajudar o Santos. O que eu fizer aqui vai contar muito, se o time for bem ajuda, também. Então, quero o Santos no topo para o meu futebol ir ao topo e chegar na Seleção. Esse é o meu pensamento maior, o meu objetivo e o meu foco.

Terra: por sinal, ele já te conhece dos tempos de Inter, certo? Por que não ficou com ele? Chegou a conversar na época?

Lucas Lima: trabalhei pouco com ele, umas duas semanas, porque logo apareceu a proposta do Sport e não pensei duas vezes. Não tivemos muitas conversas, mas todos falavam bem dele, que tratava todos igualmente. Então, é isso, não tive muito contato, com pouco tempo já fui para lá.

Terra: e com relação a compra de parte do seu percentual. Isso já foi resolvido entre as partes? Te incomoda ver o seu nome relacionado a um fogo cruzado?

Lucas Lima: ainda não foi resolvido, mas também não me incomoda, não, na hora certa vão resolver. Está tudo tranquilo.Tento, também, não focar muito isso, deixar com que ele resolva. É focar em campo porque isso resolve.

Terra: o que acha que mais evoluiu para chegar ao atual estágio no Santos? Foi a marcação? As finalizações?

Lucas Lima: eles (Oswaldo e Enderson) cobraram sempre para recompor rápido na defesa, ajudar, e tenho procurado isso. Sei que tenho que ajudar defensivamente, tenho procurado ajudar a equipe nesse aspecto. Tenho evoluído armando, fazendo mais gols, é uma característica que preciso evoluir. Tenho mania de sempre estar passado. Mania de sempre querer dar um passe, mas tem hora que tem que chutar.

Terra: nesse caso, então, você é como o Ganso, que já admitiu que preferia dar um passe a fazer um gol?

Lucas Lima: com certeza, meia da nossa caracterísitca pensa sempre em um passe bonito para o atacante, mas meia, hoje em dia, precisa fazer gols. Tenho me cobrado muito por isso e tem ajudado na minha carreira.

Terra: e com relação ao Robinho, ele tem te ajudado muito nessa evolução? Acredita que ainda tem condições de continuar na Seleção?

Lucas Lima:

dá para ver que é diferenciado. Eu, particularmente, o via pela televisão e quando o vi treinando enxerguei um diferenciado. Não só como pessoa, mas no futebol, também, então merece estar na Seleção. Fica fácil jogar ao lado dele, é muito inteligente, com o poder de finalização grande, de movimentação, de assistências. Então, fico feliz porque nos ajudou muito. Tento sempre estar procurando ele, é muito inteligente. Na frente tentamos decidir os jogos, então temos que nos procurar.

Fonte: K.R.C.DE MELO & CIA. LTDA – ME K.R.C.DE MELO & CIA. LTDA – ME
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