Sobe e desce: como os jogadores do Remo terminam 2025
Entre veteranos decisivos, apostas que oscilaram e nomes que cresceram na reta final, elenco azulino encerra o ano marcado por extremos na temporada do acesso
A temporada de 2025 ficará marcada para sempre na história do Clube do Remo. Em um ano que começou com estabilidade, passou por turbulências profundas e terminou em êxtase, o elenco azulino viveu uma verdadeira montanha-russa emocional até conquistar o tão sonhado retorno à Série A do Campeonato Brasileiro após mais de três décadas.
Dentro desse enredo intenso, os jogadores do Leão Azul terminaram o ano em situações bem distintas. Alguns em alta, outros em baixa, e vários simbolizando exatamente o espírito de superação que marcou a campanha.
O início da temporada trouxe confiança. Mantendo boa parte da base que havia conquistado o acesso da Série C, o Remo começou 2025 com resultados consistentes no Campeonato Paraense e na Copa Verde.
Nomes experientes como o goleiro Marcelo Rangel passaram segurança desde os primeiros jogos, enquanto o ataque, liderado por nomes como Ytalo e Felipe Vizeu, respondeu com gols logo nas rodadas iniciais do Estadual.
O título paraense, conquistado com a melhor campanha e o ataque mais positivo da competição, colocou vários jogadores em evidência e reforçou a expectativa de um ano sólido. No entanto, o cenário mudou com o avanço do calendário. As eliminações precoces na Copa Verde e na Copa do Brasil representaram um baque coletivo.
Com a saída do técnico Rodrigo Santana e mudanças no departamento de futebol, parte do elenco sentiu o impacto. Jogadores que vinham em bom momento perderam rendimento, e a falta de regularidade passou a ser uma marca do time ao longo da Série B, especialmente durante o período comandado por António Oliveira, quando empates excessivos e derrotas em casa minaram a confiança.
Alguns atletas terminaram esse trecho da temporada em baixa, refletindo o momento instável do grupo. A defesa sofreu com oscilações, o meio-campo teve dificuldades em manter intensidade, e o ataque perdeu eficiência em jogos decisivos.
Ainda assim, mesmo em meio ao caos, o Remo se manteve competitivo, sustentado por uma estrutura organizada e por um elenco experiente, como destacou posteriormente o comentarista Paulo Vinícius Coelho, ao avaliar que, apesar de veterano, o grupo tinha capacidade de competir em alto nível.
A virada definitiva aconteceu com a chegada de Guto Ferreira. Sob novo comando, vários jogadores ressurgiram.
O maior símbolo dessa retomada foi Pedro Rocha, que terminou 2025 no auge. Artilheiro da Série B com 15 gols, o atacante foi decisivo na arrancada histórica do Leão, especialmente na sequência de seis vitórias consecutivas entre a 29ª e a 34ª rodada. Ao seu lado, atletas como João Pedro cresceram na reta final e foram protagonistas no jogo do acesso, contra o Goiás, no Mangueirão lotado.
Outros nomes encerraram o ano valorizados não apenas pelo desempenho técnico, mas pela experiência acumulada ao longo da caminhada. Jogadores como Cantillo, por exemplo, chegaram ao fim da temporada vistos como pilares de um elenco que, mesmo envelhecido em alguns setores, demonstrou força mental e competitividade para suportar a pressão de uma Série B extremamente equilibrada.
O sobe e desce emocional da campanha refletiu exatamente o caminho do Remo em 2025: de um início promissor, passando por momentos de quase ruptura, até a consagração no dia 23 de novembro, quando o clube confirmou o quarto lugar na Série B, com 16 vitórias, 14 empates e oito derrotas. Para muitos atletas, o ano termina no ponto mais alto da carreira; para outros, fica a missão de se reinventar para a inédita disputa da Série A no formato de pontos corridos.