Em alta, Michael Oliveira promete luta por título mundial de boxe em 2013
Michael Oliveira começou cedo e rapidamente foi apontado como uma promessa do boxe profissional brasileiro. Sua primeira luta aconteceu quando ele tinha apenas 18 anos, uma vitória sobre o americano Kevin Bartlett. Radicado nos Estados Unidos, ele emendou uma sequência de mais 16 triunfos até perder o desafio mais importante: diante do ídolo Acelino Popó Freitas, foi nocauteado no ano passado. Mas a derrota trouxe lições e Michael se recuperou: conseguiu ganhar mais três combates e voltou a ficar otimista. Agora já promete lutar por um título mundial de boxe até o final deste ano.
O planejamento de Michael começa por um desafio que acontecerá daqui um mês: no dia 10 de maio, na República Dominicana, ele enfrentará o colombiano Francisco Cordero e precisará vencer para dar voos mais altos. "Eu já tive a oportunidade de lutar contra o número quatro do mundo, mas a gente não acertou porque o número três também queria. Então a gente está esperando para enfrentar o número três em outubro e, se vencer, a outra luta será contra o número um, com certeza", contou, antes de completar com segurança: "até o fim do ano vou lutar pelo título, pode colocar aí. Eu, Michael Oliveira, garanto".
Depois da derrota para Popó, Michael afirmou que só precisou recuperar a força de vontade para conseguir as três vitórias. Agora a principal novidade nos seus treinos têm sido a preparação física: "a única coisa especial que estou fazendo para essa luta é ter um novo condicionador físico, um brasileiro que já foi boxeador. Estamos trabalhando juntos, e a química entre nós está bem forte. Estamos só apertando os parafusos", contou.
Outra evolução do brasileiro poderia vir através de uma mudança de categoria. Antes peso super-médio (até 76,2 kg) , Michael baixou para médio (até 72,6 kg), mas ainda recebe críticas por isso. Há quem considere que, por causa da altura, ele deveria virar médio-ligeiro (até 69,9 kg). Até mesmo o staff do pugilista já sugeriu essa alteração, mas ele discorda: "para mim estou na categoria ideal. Não tenho isso, luto onde me colocarem. Minha equipe gostaria de baixar mais uma categoria, mas eu não vejo problema".
Ignorando esse detalhe, Michael se vê como um dos melhores boxeadores brasileiros da atualidade: "tem outros lutadores que são muito bons. Mas eu me dedico 100% no meu dia-a-dia e diria que sou um dos melhores sim, um dos que estão crescendo mais rápido. Com ajuda do público brasileiro posso ir mais longe", declarou ele, que ainda não conquistou o carinho do seu país natal.
Críticas e pouco apoio dos brasileiros
Nascido em São Paulo, Michael Oliveira foi levado pelos pais para Florida antes de completar um mês de vida. Ele ainda mantém a ligação com o Brasil, mas mora nos Estados Unidos e por isso demorou para ser reconhecido em seu país natal. Ele mesmo admite que gostaria de ser mais valorizado: "eu até tenho ajuda do público brasileiro, mas nunca é o bastante, nunca é suficiente", lamentou.
Além desse problema, Michael ainda é criticado por ser "filhinho de papai", já que nunca enfrentou dificuldades financeiras, como acontece com a maioria dos boxeadores brasileiros. "Essas críticas não me incomodam, mas vejo preconceito comigo sim. Só que na hora do ringue o dinheiro não sobe comigo. O que sobe é meu coração e minhas luvas. E qualquer um que tiver problema com isso pode subir no ringue comigo", provocou.
Pai e empresário, Carlos Oliveira cuida da negociação de todas lutas de Michael, mas lamenta por não conseguir fazer o filho lutar no Brasil: "ele tem sangue brasileiro, mas o boxe profissional é um negócio e, em termo de 'business', é muito mais lucrativo lutar fora do que no Brasil", explicou ele, que também mostra otimismo sobre um futuro título mundial. "Podemos voltar (para o Brasil) quando ele for campeão", apostou o pai.