PUBLICIDADE

LANCE!

Juninho diz que se afastou de 90% dos familiares por eleição

Jornal 'The Guardian' entrevistou o ex-jogador que também falou das desigualdades sociais no Brasil, principalmente da fome e da falta de educação básica

7 jul 2020 - 16h01
(atualizado às 16h16)
Compartilhar
Exibir comentários
Juninho é dirigente do Lyon, da França (Foto: Reprodução / Twitter)
Juninho é dirigente do Lyon, da França (Foto: Reprodução / Twitter)
Foto: LANCE!

O ex-jogador Juninho Pernambucano, ídolo do Vasco e atual dirigente do Lyon, da França, falou em entrevista ao The Guardian, da Inglaterra, que deixou de falar com 90% da família que votou em Jair Bolsonaro nas eleições de 2018.

"No começo, por volta do segundo turno das eleições presidenciais de 2018, tentei conversar com as pessoas e mostrar-lhes vídeos e tudo sobre o que estava acontecendo. Bolsonaro é filho do WhatsApp e das fake news. As pessoas que apoiavam Bolsonaro eram maioria e foi minha decisão me afastar delas. Eu sei que alguns deles estão se arrependendo de sua decisão agora. Eles achavam que Bolsonaro era a única opção", disse.

A publicação afirma ainda que o ex-jogador ficou com a voz embargada quando começou a falar das desigualdades sociais no Brasil, principalmente da fome e da falta de educação básica.

"As pessoas ricas dizem que temos que investir em educação, mas como? Precisamos lutar contra a fome, como disse o Lula. Se você está com fome, não tem confiança. Imagine um pai ou mãe que não são capazes de fornecer três refeições por dia para seus filhos. Mas ainda mais importante que a educação é dignidade. A dignidade humana é um direito que todos nós precisamos ter. Desculpe, isso está me deixando muito emocionado", concluiu.

Ainda emocionado, Juninho falou sobre os problemas enfrentados pelo Brasil durante a pandemia do coronavírus. "Sinto uma profunda tristeza. Desespero. Estamos fazendo tudo errado; indo contra tudo o que o resto do mundo está fazendo. Eu sou brasileiro, sei que somos um país pobre e nosso pessoal precisa trabalhar, mas isso é uma questão de vida. Se tivéssemos um bloqueio, poderíamos estar perto do fim disso, mas não ... é desesperador ver nosso país agora", disse

Juninho concluiu fazendo uma critica à imprensa brasileira que, segundo ele, poderia ter contribuído com a derrota de Bolsonaro nas urnas.

"Temos grandes jornalistas em nosso país, mas não um editor que publique e publique. Mais de 42 milhões de pessoas não votaram em 2018. Se a imprensa brasileira tivesse feito seu trabalho real, Bolsonaro nunca teria sido eleito. Jornalismo de verdade: escreva e conte a verdade a todos".

Lance!
Compartilhar
Publicidade
Publicidade