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Ídolo em Portugal, goleiro brasileiro foi descoberto no futevôlei por grande treinador lusitano

14 ago 2015 - 08h35
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Neste domingo, Nilson estreará em sua oitava temporada no Campeonato Português. Após atuar três anos no Irã, o goleiro brasileiro retorna a terra onde é ídolo para defender o Moreirense, clube da Primeira Divisão, após ter jogado por oito anos no Vitória de Guimarães, time do seu coração. Alternativo, Nilson já até defendeu a seleção de Burkina Faso e encontrou o grande caminho de sua carreira em uma maneira bem inusitada.

Nilson sendo apresentado pelo Moreirense
Nilson sendo apresentado pelo Moreirense
Foto: Divugalção

Era para ser somente mais uma tarde recheada de futevôlei com os amigos no Point do Acaiaca, na Praia de Boa Viagem, em Recife (PE). Apesar de goleiro, Nilson demonstrava grande habilidade com a bola nos pés. Ao lado da quadra, dois portugueses o observavam: o empresário Antonio Teixeira e Jorge Jesus, um dos melhores treinadores portugueses, hoje comandante do Sporting. No fim da partida, Nilson foi chamados pelos convidados ilustres e recebeu a notícia que o queriam jogando em Portugal. Eles trocaram contatos, mas perderam os números, e reencontraram-se dois anos depois para selar a contratação.

- O Antonio vinha muito ao Brasil ver jogadores. Falamos naquela oportunidade sobre uma boa proposta, mas mudei meu número e perdemos o contato. Em 2005, quando eu estava em pré-temporada pelo Náutico, me liga um número cheio de zeros. Achei que era um amigo nos Estados Unidos. Quando atendi, era o Antonio. Ele disse que me queria em Portugal há anos e enviaria um representante para me ver atuando em três jogos no Recife. Fechamos o contrato em abril, mas só divulgamos para a imprensa em maio, na minha despedida do clube, contra o Ceará. Eles me queriam em janeiro, mas amigos me aconselharam a ir em junho, por causa do frio - revela Nilson, ao LANCE!, que esperava jogar em Portugal somente dois anos, mas fará este ano a sua nona temporada em terras lusitanas.

Por causa do calor, o goleiro desembarcou em junho de 2005 no Vitória de Guimarães, tradicional clube português, após ter passado por Vitória, Santa Cruz, Gama, Americano e Náutico no Brasil.  O início de Nilson em Portugal foi complicado, após sua chegada ter sido noticiada como 'fenomenal'. Lesionado na pré-temporada, o goleiro não teve tempo para se adequar ao futebol português e teve um começo ruim dentro de campo, que culminou em críticas dos adeptos, como são conhecidos os torcedores em Portugal. Nilson, com o tempo, superou as dificuldades e afirmou-se no Vitória, porém a língua, apesar de ser a mesma, trouxe dúvidas para o goleiro.

- Aqui, a expressão 'se calhar' significa talvez. A gente no Brasil diz: 'Ó a galera'. Em Portugal, as pessoas dizem 'a malta'. Chegava no vestiário, os jogadores e o treinador diziam 'a malta', e eu não entendia nada. Mas depois me acostumei - diz o goleiro, que carrega um pouco do sotaque português, mas comumente usa expressões comuns ao país, como relvado, guarda-redes e adeptos.

Após passar três anos no Irã, Nilson decidiu voltar para sua casa, Portugal, onde pretende passar o resto da vida com a família. Porém o retorno não será exatamente na sua casa futebolística, o Vitória de Guimarães, onde foi capitão da equipe e ídolo da torcida. Nilson defenderá o Moreirense, da Primeira Divisão, nesta temporada.

- Todo ciclo tem começo e fim. Meu ciclo no Vitória passou. Eles já tem goleiro, não é necessidade ou carência do clube. Não fazia sentido me contratarem, futebol se faz com critério, não fazia sentido me contratarem. Quando voltei a Portugal, fui ao Vitória só uma vez, porque eu amo o clube e fui falar com amigos. Em jogos da Vitória, fui somente no fim da temporada. No clube, na sede, não frequentei para evitar comentário que eu estaria forçando uma volta - explica o goleiro.

Atualmente com 39 anos, Nilson ainda não pensa na aposentadoria. Pelo contrário, diz que é hora de 'desfrutar' do futebol. Porém o goleiro já calcula seu reencontro com o Vitória de Guimarães, que acontecerá na 16ª rodada do Português, em 6 de janeiro de 2016, agora com a camisa do Moreirense. Situação que, ao menos para Nilson, não será inédita.

- Assim como fui no Vitória, sempre honrei, lutei pelo clube, farei no Moreirense. A cidade sabe que o amor que tenho pelo clube não vai mudar. É um sentimento estranho, aquela torcida sempre esteve do meu lado, sempre vesti aquela camisa. Vai ser uma experiência engraçada. No Brasil, joguei pelo Santa Cruz e depois fui para o Náutico. Em 2005, no segundo jogo da final do pernambucano, tínhamos que ganhar por dois gols. Estava no Náutico e a torcida do Santa Cruz começou a gritar meu nome. Eu não pude agradecer muito, porque era final. Foi algo que me marcou muito. Eles gritavam: 'Ôôô, Nilson é tricolor!'. Acredito que não será diferente contra o Vitória, serei muito bem recebido quando voltar onde amei jogar.

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