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Há 21 anos, Paraná vivia a Era Luxemburgo. "Foi um sucesso", diz ex-presidente

Em agosto de 1995, Vanderlei Luxemburgo chegou ao Paraná. Ele dirigiu o clube 15 vezes no Campeonato Brasileiro daquele ano.

16 ago 2016 - 17h06
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Há 21 anos, o Paraná vivia um dos momentos mais curiosos da história do clube. O Tricolor contratou o técnico Vanderlei Luxemburgo, que era bicampeão brasileiro pelo Palmeiras. A negociação ainda é lembrada na Vila Capanema, já que muitos torcedores e conselheiros a contestam até hoje e a apontam como um pecado administrativo. O presidente paranista na época era Ocimar Bolicenho, que por outro lado não tem dúvida: a passagem do treinador foi um sucesso.

No Paraná, Luxemburgo trabalhou ao lado do preparador físico Carlinhos Neves (Foto: Reprodução/ Livro "O Voo Certo").
No Paraná, Luxemburgo trabalhou ao lado do preparador físico Carlinhos Neves (Foto: Reprodução/ Livro "O Voo Certo").
Foto: Lance!

Vanderlei Luxemburgo chegou ao Paraná logo após dirigir o Flamengo no início de 1995. Era o ano do centenário do clube carioca, que investiu pesado e formou um ataque com Romário, Sávio e Edmundo. Porém, a derrota no final do Estadual para o Fluminense, com o fatídico gol de barriga de Renato Gaúcho custou o emprego do comandante, que estava no mercado quando desembarcou na Vila Capanema.

- O Paraná já estava com a hegemonia no Campeonato Paranaense e tínhamos a ambição de uma divulgação maior em âmbito nacional. Nada melhor do que trazer o atual técnico bicampeão brasileiro, que veio completar uma comissão técnica de primeira grandeza, pois havíamos acertado também com o Carlinhos Neves - relembrou o ex-presidente paranista Ocimar Bolicenho.

A negociação acabou surpreendendo até mesmo alguns jogadores daquele grupo paranista, conforme ressaltou o ex-zagueiro Ageu.

- Era apenas o meu segundo ano como profissional. Foi uma satisfação e uma surpresa muito grande em trabalhar com um cara que estava no auge, como era o caso do Luxemburgo - revelou o ex-jogador.

Além da exposição comercial, o Paraná tinha a ambição de brigar pelo topo do Campeonato Brasileiro daquele ano. O elenco tinha nomes como Saulo, Maurílio, Claudinho, Hélcio, Edinho Baiano e Régis.

A estreia ocorreu no dia 20 de agosto, contra o Grêmio, de Luiz Felipe Scolari, no Couto Pereira, e o Tricolor venceu por 2 a 0. Na sequência, mais duas vitórias, sobre o Juventude e o Palmeiras. Na quarta rodada, ficou no 1 a 1 com o Corinthians, fora de casa. O time paranista terminou a primeira fase da competição na quarta colocação, com cinco triunfos, quatro empates e duas derrotas.

- Chamamos a atenção de todo o Brasil com a boa campanha na primeira fase - afirmou Bolicenho.

Porém, após a quarta rodada do segundo turno, Vanderlei Luxemburgo recebeu uma proposta do Palmeiras e deixou o Paraná Clube.

- Em virtude do contrato que ele tinha com o Flamengo, ele não tinha nem um contrato formal assinado com o Paraná. Ele foi muito profissional, pois falou que só iria se nós o liberássemos. Em contrapartida, nós pedimos um novo período de empréstimo do Gil Baiano por seis meses, a redução do valor estipulado de 1 milhão de dólares. Isso tudo ocorreu, compramos esse atleta e na sequência o negociamos com o futebol português, o que gerou uma boa receita - detalhou Bolicenho.

Devido a isso, o ex-presidente paranista rechaçou qualquer possibilidade de Vanderlei Luxemburgo ter simbolizado um rombos nos cofres do clube.

- Era um contrato de R$ 400 mil por cinco meses, ou seja, R$ 80 mil por mês. Mas a forma do pagamento foi diferente: demos R$ 50 mil de luvas, ele ganhava R$ 40 mil mensal e em dezembro ele ganharia um balão de R$ 150 mil. Mas como ele foi embora antes, ele perdoou esses R$ 150 mil. Ou seja: ele recebeu R$ 40 mil por três meses e os R$ 50 mil de luvas. Além disso, teve essa negociação com o Gil Baiano - garantiu Ocimar Bolicenho.

No total, Luxemburgo dirigiu o Paraná Clube 15 vezes. O saldo foi de cinco vitórias, cinco empates e cinco derrotas. O time marcou 18 gols, com o artilheiro sendo o ex-atacante Saulo, que balançou as redes em quatro ocasiões. Com a saída do treinador para o Palmeiras, o Tricolor passou a ser comandado por Paquito. Mesmo com tudo isso, Ocimar Bolicenho definiu o saldo como positivo.

- Com toda a certeza absoluta eu o contrataria de novo. Ele nos deu o resultado financeiro e comercial. O resultado técnico foi bom, só não foi melhor por causa do regulamento. Ele foi um grande treinador para o clube. A passagem dele foi um sucesso - definiu o ex-presidente.

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