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'Fantasma' de 1996: Southgate vai à semi para reescrever a sua história

Treinador da Inglaterra perdeu o pênalti decisivo na ultima vez que a seleção chegou em uma semifinal. Após 22 anos, Southgate pode espantar o estigma que tanto o atrapalhou

8 jul 2018 - 07h15
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Londres, 1996. A Inglaterra vivia em estado de êxtase com a campanha de sua seleção na edição da Eurocopa sediada no próprio país. A semifinal contra a Alemanha foi para os pênaltis, e Gareth Southgate desperdiçou a bola decisiva na marca da cal. Após 22 anos da eliminação, o futebol entrega uma nova oportunidade para o agora treinador se redimir e reescrever a própria história.

Gareth Southgate é o técnico da Inglaterra
Gareth Southgate é o técnico da Inglaterra
Foto: Kirill Kudriavtsev / AFP / Lance!

O cenário é parecido. A Inglaterra volta a disputar uma semifinal de Copa do Mundo, fato que não acontecia desde 1990, e os britânicos novamente vivem um período de euforia. A música "football's coming home" embala a campanha inglesa, a mesma canção que foi criada para a Eurocopa de 1996. Southgate tem a chance de enfrentar um fantasma que o persegue há anos.

Após aquela semifinal, Southgate foi estigmatizado como "o jogador que perdeu o pênalti decisivo na Eurocopa dentro da Inglaterra". No Brasil, a situação pode ser comparada com a que viveu o goleiro Barbosa, na Copa do Mundo de 1950, quando falhou na final contra o Uruguai. Por anos, a cobrança e o peso do erro apareceram.Southgate só foi esquecido quando a "geração de ouro" da Inglaterra também não conseguiu ser campeã. O máximo que o elenco liderado por David Beckham e que contava com jogadores como Michael Owen e Paul Scholes, e mais tarde também com Gerrard, Lampard e Rooney, atingiu foi uma quartas de final de Copa do Mundo.

Mesmo convocado junto à "geração de ouro", o erro de Southgate foi esquecido. Em 2018, ele retorna a mais uma semifinal, embalado pela mesma música, novamente com muita responsabilidade e de novo com a sua seleção. Desta vez de forma diferente, como comandante da Inglaterra, o treinador tem a missão de fazer a equipe voltar a uma final, feito que não acontece desde 1966, quando a Inglaterra conquistou o único título mundial de sua história.

O irônico é que Southgate entrou nesta Copa do Mundo com a responsabilidade próxima de zero. Ele foi escolhido como um dos pilares para renovar a seleção inglesa, que passou a investir nas categorias de base e está colhendo frutos no sub-17 e sub-20, mas ainda precisa esperar para ver os resultados no futebol profissional.

Com a quarta menor média de idade desta edição de Copa do Mundo, a Inglaterra vê os jogos na Rússia como um laboratório para trazer experiência e rodagem aos atletas. O Mundial de 2022 é visto como responsabilidade, em que terá que fazer um trabalho de base se transformar em algo mais concreto. Na Rússia, a campanha já é melhor que o esperado.

A Inglaterra volta a campo na próxima quarta-feira, contra a Croácia, às 15h, em Moscou, pela semifinal da Copa do Mundo. Southgate encara seu fantasma e o desafio estando a apenas um jogo da decisão. É a chance de entrar de vez na história.

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