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Amizade com Lugano x dinheiro curto: o sonho Cavani no São Paulo

Cavani deixará o PSG no meio do ano, e Lugano tenta convencê-lo que o São Paulo é a melhor opção na América do Sul. Crise financeira, porém, torna o sonho distante

14 abr 2020 - 07h40
(atualizado às 10h49)
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Edinson Cavani é assunto no São Paulo há pelo menos seis meses, mas o tema ganhou força entre os torcedores somente no último fim de semana, quando Diego Lugano declarou a uma rádio argentina que conversa com o amigo há tempos sobre a possibilidade de tê-lo no Morumbi.

Cavani tem contrato com o PSG apenas até o último dia de junho (Foto: AFP)
Cavani tem contrato com o PSG apenas até o último dia de junho (Foto: AFP)
Foto: Lance!

A resposta foi em tom de brincadeira, respondendo a uma pergunta dos argentinos sobre a chance de Cavani jogar no Boca Juniors, mas o papo realmente existe. O superintendente de relações institucionais do Tricolor é bem próximo do centroavante uruguaio, de seu irmão e de seu advogado. Isso não significa, porém, que haja uma negociação em andamento.O contrato de Cavani com o Paris Saint-Germain (FRA) termina no fim de junho, o que o deixará livre para definir em qual clube jogará a partir da segunda metade deste ano. É por isso que Lugano vem tentando plantar uma semente na cabeça dele: se quiser encarar o desafio de jogar novamente na América do Sul, o São Paulo pode ser uma boa opção. Cavani tem certo fascínio pela Copa Libertadores, e no São Paulo não faltam atrativos relacionados a esta competição.

Mas o próprio Lugano admite que a melhor opção para Cavani neste momento, financeiramente falando, seria fechar um grande contrato na Europa. O Atlético de Madrid, por exemplo, tem interesse nele há tempos. Aos 33 anos, pode ser a última chance de fechar um acordo com valores relativamente próximos aos que o PSG paga, que são bastante polpudos e muito distantes da realidade brasileira.

Trata-se de um sonho completamente impossível para o São Paulo? Como o técnico Fernando Diniz disse na noite do último domingo, no Mesa Redonda, não. São vários os exemplos de clubes brasileiros que conseguiram contratar grandes estrelas do futebol europeu, sendo o último o próprio São Paulo, que acertou com Daniel Alves logo depois de ele ser campeão, capitão e melhor jogador da Copa América com a Seleção Brasileira.

Mas a situação financeira do São Paulo já não é a mesma da época em que Daniel foi contratado - quando já não era das mais confortáveis. O projeto desenhado pela diretoria, que previa a chegada de diversos parceiros que explorassem a imagem do camisa 10 e ajudassem a bancá-lo, com possibilidade até de a operação gerar lucro para o clube, está demorando a sair do papel. O único acordo nesses moldes fechado até o momento é com a DAZN, que pagará R$ 5 milhões para ter Dani como uma espécie de embaixador.

Do ano passado para cá, o São Paulo teve dificuldades com o fluxo de caixa e chegou a atrasar pagamentos de direitos de imagem e de salários em carteira. A situação ficou um pouco mais confortável após a venda de Antony para o Ajax (HOL), e mesmo assim o clube não esconde que será necessário negociar pelo menos mais um atleta no meio do ano para fechar as contas.

O cenário já era esse antes da paralisação dos campeonatos devido ao coronavírus, que deixou o clube sem diversas receitas, principalmente bilheteria, direitos de transmissão de jogos e royalties da Adidas. A diretoria até suspendeu 50% dos salários dos atletas e congelou os direitos de imagem enquanto a situação não se normaliza, mas terá que arcar com todos os valores pendentes depois.

O cenário atual, portanto, torna o sonho de ter Edinson Cavani muito difícil de ser concretizado. A não ser que o jogador decida atuar na América do Sul, com rendimentos bem menores que os atuais, seja convencido por Lugano e que, ainda assim, a diretoria faça nova movimentação arriscada financeiramente, como foi com Daniel Alves. Lembrando que a gestão Leco termina no fim deste ano.

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