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Jogos Pan-Americanos

Pode? Rivais aceitam “brasileiros gringos” no polo aquático

Naturalização de Yves Gonzáles gerou revolta do Comitê Olímpico Cubano; rivais da Seleção, no entanto, aceitam prática adotada

8 jul 2015 - 10h24
(atualizado às 10h25)
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A Seleção Brasileira masculina de polo aquático se viu no meio de uma polêmica nos dias que antecederam os Jogos Pan-Americanos de Toronto. Tudo porque o Comitê Olímpico Cubano tentou barrar a participação do jogador Yves González, naturalizado brasileiro, na competição. O pedido não deu certo, mas acendeu uma discussão na modalidade: é legítima a naturalização de atletas para jogarem pelo Brasil? Os rivais se incomodam com isso?

A reportagem do Terra aproveitou o primeiro dia de competições da modalidade para conversar com técnicos da seleções rivais do Brasil na primeira fase e descobriu que, apesar dos cubanos não terem gostado da naturalização de Yves, essa é uma prática totalmente legal e aceita no mundo do polo aquático.

Cubano da Seleção é casado com brasileira
Cubano da Seleção é casado com brasileira
Foto: Satiro Sodré / SS Press/Divulgação

“Claro (que são legítimos os importados). Se tiveram a possibilidade, é válido para todos os esportes. Creio que o esporte precisa ser mais competitivo e essa é uma forma de fazer mais competição. São jogadores, que talvez em seus países, não vão para a seleção e aqui tem a possibilidade de jogar os Jogos Olímpicos, que é o mais importante. Se é importado ou não é importado, são as vontades de cada um”, disse o técnico venezuelano Carlos Fernandez Herrera.

É claro que essas naturalizações melhoraram o desempenho brasileiro, mas para Raul de la Peña, técnico do México, isso não só é normal na modalidade como serviu para os atletas nacionais desenvolverem ainda mais sua parte técnica.

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“O que te posso dizer? Hoje, o mundo é globalizado. Existem essas possibilidades para quem quiser tomar essas decisões. Esportivamente falando, o Brasil cresceu muito com essas mudanças. Não somente por ter estrangeiros, mas os brasileiros aprenderam com esses estrangeiros. Cresceram com eles. Hoje é um time incrivelmente competitivo. Podem, sem dúvida ganhar o Pan-Americano”, opinou.

De la Peña, aliás, utilizou seu próprio exemplo para mostrar que isso já faz parte da cultura do esporte.  “Sou mexicano e joguei dois Jogos Olímpicos pela Alemanha. Em 1992 e 1996. Joguei pelo México, mas não tinha as possibilidades de crescer por lá. Por isso, mudei. São decisões que se tomam, e eu respeito”, completou.

Brasileiro, Felipe Perrone jogou por anos na Espanha
Brasileiro, Felipe Perrone jogou por anos na Espanha
Foto: Satiro Sodré / SS Press/Divulgação

Outro caso polêmico é do brasileiro Felipe Perrone, que por 12 anos defendeu as cores da Espanha, disputando, inclusive, dois Jogos Olímpicos, e hoje veste o uniforme verde-amarelo. Para ele, as reclamações não possuem nenhum fundamento. "Acho que é como sempre falei: naturalizado mesmo é apenas um, o Josip. Os outros são todos brasileiros por direito e não dá nem para discutir isso", defendeu o camisa 10 do Brasil, que hoje é considerado um dos melhores jogadores do mundo.

Além de Yves, que há seis anos é casado com uma médica brasileira, o Brasil possui outros “brasileiros gringos”. Paulo Salemi, nascido na Itália, tem parentes no Brasil, Adriá Delgado Baches nasceu e cresceu na Espanha, mas é filho de brasileiro e Josip Vrlic, citado por Perrone, talvez possa ser o único que caberia alguma reclamação, já que o croata não tem nenhuma relação com o País, mas conseguiu se naturalizar e está liberado para atuar pela equipe.

Fonte: Terra
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