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Jogos Pan-Americanos

Ninguém se importa? Canadenses enchem “soccer” no Pan

Hamilton Stadium, a 80 km de Toronto, recebeu grande público para jogo Brasil x Canadá pelo Pan 2015

13 jul 2015 - 10h37
(atualizado às 16h34)
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Quem disse que os canadenses não se importam com os Jogos Pan-Americanos de 2015 ou com o futebol – desculpa, aqui “soccer”? No último domingo, o novíssimo Hamilton Stadium ficou quase lotado para acompanhar o duelo masculino entre Brasil e Canadá, pela primeira rodada do esporte em Toronto 2015. A partida contra a mundialmente conhecida Seleção Brasileira, que conta com nomes bastante alternativos no Pan, era “imperdível” para os locais.

A arena, que ainda tem a alcunha tradicional de multiuso, fica em uma cidade a 80 km de Toronto, onde o Pan é realizado. É praticamente uma “Campinas menor” do Canadá, já que conta com o número até alto de 520 mil habitantes. Boa parte deles – assim como moradores de Toronto no eficiente transporte público local que liga as cidades da região – se dirigiu para o “sunday night soccer”.

Estádio de Hamilton já recebia bom público durante aquecimento dos times
Estádio de Hamilton já recebia bom público durante aquecimento dos times
Foto: Terra

O entorno do estádio, que não teve o publico oficial divulgado, mas que contou com no mínimo mais do que 20 mil pessoas, não tem nenhuma agitação: é claramente um daqueles típicos subúrbios canadenses, com casas padrão, jardins e silêncio. A região ao redor do local é bastante arborizada, inclusive com uma montanha próxima, e não há prédios. A paz das redondezas foi trocada pelos jogos do Pan, pelo menos nesta sexta - o duelo feminino entre os dois países promete mais muvuca ainda.

Ao contrário do Brasil, não há vendedores fora do estádio – apenas uma mulher tentava desencalhar bandeiras do Brasil e do Canadá, ao preço de 5 dólares canadenses cada (R$ 12,50). Cambistas? Só um, que tinha muitas dificuldades em fazer negócios. O transporte para o local era de causar inveja: ônibus escolares – sim, daqueles amarelinhos de filmes americanos – buscavam as pessoas em centrais de ônibus e pontos por toda a cidade para deixar na porta. Exatamente, na porta da arena.

Após ouro, judoca come pizza, sorvete e namora com medalha:

O jogo “premium” entre Brasil e Canadá levou um excelente público – muito maior que a maioria das partidas do Campeonato Brasileiro - tanto por parte dos locais quanto dos visitantes. Toronto conta com 50% dos cidadãos nascidos fora do Canadá e, consequentemente, a região é cheia de brasileiros, ainda com muitos intercambistas. Camisas amarelas competiam acirradamente com as vermelhas, e havia até bandeiras mistas entre os dois países. Uniformes de Corinthians – e muitos gritos de “Vai, Corinthians” -, Coritiba, Flamengo, São Paulo, Cruzeiro, Atlético-MG e Grêmio foram avistadas.

Dentro do estádio – de gramado sintético, diga-se de passagem –, o “padrão Fifa” está presente. A área dedicada à imprensa é gigante, até com televisões individuais para jornalistas. O espaço enorme, fechado por vidro e com ar condicionado, é melhor do que qualquer estádio do Brasil, inclusive os da Copa em que a reportagem já esteve presente. Tudo isso apenas para o repórter do Terra e uma jornalista de Toronto.

Redondezas do estádio são calmas e arborizadas
Redondezas do estádio são calmas e arborizadas
Foto: Terra

Da mesma forma, a arena conta com tradicionais elementos americanos. Um repórter no meio da torcida entrevistava espectadores – inclusive com gafes de perguntar se alguém assistiu ao Pan no dia anterior e duas crianças responderem não. Nos corredores do estádio, não faltavam comidas gordurosas e bebida alcoólica. Sim, não só cerveja, como também vodka, gim, rum, uísque, vinho, entre outras.

O chato do espetáculo para um brasileiro, claro, fica por conta da torcida. Apesar do grande número, cânticos são tímidos – assim como jogo da Seleção Brasileira em território nacional, vale lembrar. Os brasileiros ensaiavam seus gritos de “eu sou brasileiro”, enquanto o hino canadense à capela foi o ponto alto dos locais. De resto, parecia um jogo escolar com gritos vez ou outra de “Bra-sil!” ou “Canadá!”. No gol do Canadá, contudo, o estádio tremeu. O curioso é que a educação canadense vaiava até faltas fortes cometidas pelos donos da casa.

Fora do estádio, torcedor tenta ver jogo de banquinho atrás de um dos gols
Fora do estádio, torcedor tenta ver jogo de banquinho atrás de um dos gols
Foto: Terra

A equipe do Canadá pode ter decepcionado em campo, mas ao menos não há raiva fora dele. Para os torcedores, muito mais do que a partida em si, o que vale é o ambiente de entretenimento “fora de casa”. Aí, até mesmo um jogo do nem tão amado soccer no também não muito popular Jogos Pan-Americanos vale. 

Fonte: Terra
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