PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Jogos de Paris

Com técnico campeão do mundo, Pepê Gonçalves mira o pódio na canoagem nos Jogos de Tóquio

Após sexto lugar na canoagem slalom nos Jogos do Rio, atleta está bem cotado na luta por medalha no Japão

18 jun 2021 - 23h07
Compartilhar
Exibir comentários

O sexto lugar na canoagem slalom nos Jogos do Rio, em 2016, projetou Pepê Gonçalves, mas o brasileiro quer ir além da melhor marca do País na história. Na Olimpíada de Tóquio, a meta é uma medalha e para isso ele vem treinando com um dos maiores nomes da modalidade, o checo Vávra Hradilek, ex-campeão mundial e medalha de prata nos Jogos de Londres, em 2012.

"Minha meta é a medalha. Um amigo meu me falou uma vez que o resultado tem a cor que a gente colore ele. Naquele momento no Rio, diante de toda dificuldade que passei, não era nem favorito para chegar à final olímpica e acabei pegando a sexta colocação, acho que saí mais feliz que o cara que ganhou o ouro. A meta lá era chegar entre os 10. Agora é o pódio", diz Pepê ao Estadão.

Com o apoio da Confederação Brasileira de Canoagem e do Comitê Olímpico do Brasil, ele foi para Praga, na República Checa, para se aprimorar no K1, o caiaque individual. E lá vem treinando junto com Vávra, de 34 anos, que nas seletivas checas acabou ficando na segunda posição. Como é reserva na equipe, ele vai para o Japão para ser técnico de Pepê na Olimpíada.

"Ele tem o mesmo estilo de vida que eu, isso soma muito. Ele é treinador e competidor, então ao mesmo tempo é um sparring para mim. Os 34 anos de experiência dele no esporte são como se fossem 45 anos para mim. É um atleta muito experiente, que vive isso desde os 8 anos de idade", explica Pepê.

Os dois são amigos de longa data. Anos atrás, Pepê ia para a República Checa por conta própria, com dinheiro contado, e dormia de favor no sofá da casa do amigo/treinador. Usava a bicicleta emprestada para se locomover e tinha muita ajuda. Tudo para estar em um centro esportivo de excelência.

"Praga é a capital da canoagem no mundo, local onde o esporte é muito forte, massificado, é o ninho das cobras", brinca. "Muita gente vem treinar aqui, os melhores do mundo, e acho que o que mais diferencia e agrega é a paixão pelo esporte. Tem dia de folga que eu entro na água para me divertir. É algo leve e compartilho disso com o Vávra", diz.

Praga tem algumas particularidades que a tornam a meca da canoagem slalom no mundo. Bem perto do centro da cidade já existe uma pista da modalidade e em um raio de 200 quilômetros existem seis pistas de alto nível. Assim, além de Pepê ter um local como técnico, também pode ser testado em diferentes condições.

Mas ele reforça que o clima não é brincadeira. "Sabe quando você pega uma cerveja no cooler e fica com a mão um tempo embaixo da água gelada? É essa sensação de praticar no inverno", avisa. "Na primeira semana tive muita dor na ponta dos dedos. No começo de junho foi a primeira vez que consegui remar sem passar frio. O inverno deu uma estendida, com chuva, frio, sofri muito. Antes eu estava morando no Rio e o inverno lá é 20°C", conta, lembrando que muitos atletas, para fugir do período frio no Hemisfério Norte, vão treinar na Austrália, Brasil ou Emirados Árabes Unidos.

De olho nos Jogos de Tóquio, Pepê teve a ideia de ir para a República Checa para ser testado com os melhores do mundo. No Brasil ele vem ganhando tudo nos últimos anos e quase não tem adversário. Então ele consultou o COB e a confederação, e aceitaram ajudar o atleta, para fazer uma experiência. O resultado disso foi o bronze inédito em uma etapa da Copa do Mundo na Eslovênia, que mostrou que o caminho está sendo bem traçado.

Pepê entra agora na reta final de preparação para os Jogos de Tóquio. Ele disputa nesta sexta-feira, 18, mais uma etapa da Copa do Mundo de canoagem slalom, desta vez na Alemanha. Depois, retorna ao Brasil e faz um período de treino no Rio. E antes de embarcar para Tóquio, vai matar a saudade de sua família em Piraju, no interior paulista. Na mala, estarão seus sonhos. "A final olímpica eu já sei como é, estou indo para Tóquio para buscar a medalha. É um evento de 4 em 4 anos, e assim como eu tem muita gente querendo essa medalha. Mas vou lutar até o fim", afirma o atleta de 28 anos.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade