Descricao_do_infografico_aparece_no_buscador_facebook_e_twitter O ACIDENTE Laís Souza se acidentou no dia 27 de janeiro, quando se preparava para competir nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, que são disputados na cidade de Sochi, na Rússia. A ex-ginasta atualmente competia no esqui aéreo, com a companhia de Josi Santos, também antiga amiga dos tempos de ginástica. O acidente ocorreu fora dos treinamentos específicos da modalidade. Laís Souza esquiava em Salt Lake City, onde finalizava a preparação para a Olimpíada, quando se chocou com uma árvore - portanto, não foi durante as acrobacias costumeiras do esqui aéreo. A brasileira foi socorrida instantaneamente pela amiga Josi Santos e pelo treinador Ryan Snow, que acompanhavam Laís na atividade. A ex-ginasta foi, então, levada a um hospital, onde tomou noção do seu caso: grave e bastante sério. Nas páginas seguintes deste infográfico, o Terra relembra o que já aconteceu com a atleta, analisa os próximos passos de sua recuperação e traz a opinião de especialistas sobre o futuro, bastante temeroso, que Laís tem pela frente. Foram ouvidos o Dr. Vinicius Benites, especialista em lesões na coluna, o Dr. Júlio César Nardelli, que tem como foco a medicina do esporte, e trechos de entrevistas do Dr. Antônio Marttos, médico do COB que acompanha de perto a esquiadora. Laís Souza sofreu uma lesão na terceira vétebra (C3) da coluna cervical. Além de se quebrar, a vértebra também teve um deslocamento e comprimiu as outras abaixo, principal problema de acordo com o Dr. Vinicius Benites, neurocirurgião especialista em lesões da coluna. O choque na coluna, acima do pescoço e quase na cabeça, causa três problemas imediatos: um é relativo à função motora, que impossibilita a movimentação do pescoço para baixo, outra é a função sensitiva (perda de sensibilidade da região abaixo do pescoço) e a última é a perda de funções autonômicas, da qual não temos controle, como a defecação e a urina - a lesão na C3 ainda afeta o diafragma e impede a respiração normal da vítima. A fratura-luxação de Laís afetou gravemente a medula. Para Benites, a atleta nacional deveria ter recuperado as principais funções corporais logo nos dias seguintes, caso tivesse sofrido apenas um choque medular. Sendo assim, a esquiadora tem uma lesão medular definitiva, com chances grandes de ter sido uma lesão completa da medula. A movimentação dos ombros, alardeada como uma melhora no segundo dia, não tem relação nenhuma com a lesão segundo Nardelli, que afirma que um dos músculos que movimenta o trapézio não está ligado à vértebra do acidente. Mais fatores indicam que Laís sofreu uma lesão completa na medula, segundo os especialistas. O primeiro é o fato de não terem sido notados movimentos em dedos ou mãos nos primeiros dias após o acidente- as notícias vindas de Salt Lake City reiteravam apenas melhoras na fala e na respiração da ex-ginasta. Outro diz respeito aos procedimentos adotados pelo hospital: os médicos fizeram duas cirurgias (traqueostomia e gastrostomia) com a atleta internada somente há dois dias, o que sugere que a equipe percebeu que o estado dela era bastante grave e não poderia ser revertido - normalmente, são esperados sete ou oito dias para a realização de ambas as cirurgias. Situação atual Laís Souza ficou internada no Jackson Memorial Hospital, em Miami, até o dia 16 de junho do ano passado, quando recebeu alta e pode prosseguir o tratamento em sua casa, na mesma cidade. A ginasta seguiu em Miami, em um apartamento custeado pelo COB, até 13 de dezembro, data em que enfim retornou ao Brasil. Assim que desembarcou em seu país-natal após 11 meses, Laís se mostrou confiante, brincalhona, sorridente e inspiradora. "Sou muito positiva. Acho que foi mais uma forma de aceitar a situação que me encontro hoje e encarar. Sou privilegiada por estar nesse tratamento. É inexplicável o quanto isso me motiva. E me motiva ainda mais por isso poder chegar ao Brasil, e por mim. Fico orgulhosa por isso", disse a ex-atleta, na ocasião. "Eu estava na hora errada no momento errado no acidente. Mas não poderia ter acontecido coisas melhores após o acidente", acrescentou. "A força de vontade, determinação, caráter e motivação são incríveis. Ela tem um carisma muito grande. Isso motivava a Laís e a equipe dos médicos. Conseguimos intervir junto ao governo americano para o tratamento de células tronco. Hoje, tenho o prazer de informar que, dez meses após a lesão, ela converteu de lesão completa para incompleta", explicou o médico do Comitê Olímpico do Brasil, Antônio Marttos. Agora, a ex-atleta mantém seus sonhos de antigamente, além de brincar um pouco com seu futuro. "Muitos sonhos... continuo com o mesmo objetivo. Claro, alguns mudaram. Mas hoje um deles é voltar a andar, trazer novidades para o Brasil. Mas eu continuo a mesma Laís de sempre. Quero estar bem. Vivendo um dia após o outro. Sempre pensando no presente", disse, ainda deixando um espaço para deixar um sonho mais às claras. "Me imagino bem próxima à ginástica. Eu quero estar na próxima (Olimpíada), sim. Até brinco com eles (médicos) que quero chegar andando na Olimpíada (Rio-2016)", decretou. mais especiais de esportes