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Político, ícone no Japão, treinador; Zico abraça desafios pós-Fla

Terra faz uma série de cinco reportagens em homenagem aos 60 anos de Zico. Saiba tudo sobre o craque, desde a infância, passando pelas glórias no Flamengo, até o caminho trilhado após encerrar a carreira

3 mar 2013 - 09h21
(atualizado às 10h02)
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<p>Zico teve uma passagem como treinador do Iraque em 2012</p>
Zico teve uma passagem como treinador do Iraque em 2012
Foto: AFP

Zico abandonou os gramados brasileiros em dezembro de 1989, mas não aguentou ficar muito tempo distante dos desafios. No início do ano seguinte, aceitou o convite do então presidente eleito Fernando Collor, e assumiu, com status de ministro, a Secretaria Nacional de Esportes. Em Brasília, Zico se concentrou especialmente na criação da lei com seu nome, que deu origem à Lei Pelé, que garantiu passe livre para os jogadores de futebol.

O recém-aposentado jogador ficou 13 meses à frente da pasta, até entregar o cargo a Collor e ser substituído pelo ex-jogador de vôlei Bernard Rajzman. Zico conta que enfrentou, no Congresso, o lobby das federações, especialmente das regiões Norte e Nordeste, já que seu projeto de lei reduzia o poder desses grupos. Desgastado com o fato de seu projeto ter sido engavetado por muito tempo, pediu demissão a Collor, que agiu para que o projeto fosse à frente. Ainda assim, a decisão de sair era irrevogável.

<p>Zicio também fez história na terra do Sol nascente. No Japão, foi ídolo como jogador e treinador</p>
Zicio também fez história na terra do Sol nascente. No Japão, foi ídolo como jogador e treinador
Foto: AFP

O maior ídolo do Flamengo garante não ter se arrependido de ter assumido um cargo político, e faz elogios à conduta de Collor em relação aos projetos de sua secretaria. “O presidente me deu respaldo o tempo todo. Não tenho nenhum problema, nenhuma tristeza, de dizer que fui secretário dele. Ele foi um bom presidente na minha área, deixou eu fazer meu trabalho”, comenta.

A história de Zico com a bola ainda não tinha acabado. O “Galinho de Quintino” aceitou convite para jogar na segunda divisão japonesa, pelo Sumitomo em 1991. O esquema era bastante amador, e começava ali a ser escrita uma nova história no futebol japonês, capitaneada por Zico. Com seu talento, encantou os japoneses e direcionou a profissionalização do futebol naquele país.

<p>Zico treinou a equipe do Japão na Copa do Mundo de 2006</p>
Zico treinou a equipe do Japão na Copa do Mundo de 2006
Foto: AFP

"Fui treinador, preparador de goleiros, roupeiro, massagista, fiz de tudo um pouco. Orientei tudo. Só tinha uniforme para o jogo. Cada um levava o seu, a gente que lavava a nossa roupa. Aí comecei a organizar tudo, a fazer com que a gente começasse a pensar como era profissionalmente", explica.

Três anos depois, já com o Sumitomo rebatizado de Kashima Antlers na primeira divisão, Zico deixou de vez os gramados. Se já era um mito no Flamengo, passou a ter status semelhante no Japão.

Voltou à cena no futebol em 1998, quando foi à Copa do Mundo como coordenador técnico da Seleção Brasileira. Naquele período, foi envolvido na polêmica do corte de Romário às vésperas do Mundial. Contundido, o atacante atribuiu à Zico e Zagallo a decisão de não esperar pela sua recuperação ao longo da competição. A briga foi parar na Justiça, mas Zico e Romário fizeram as pazes um tempo depois.

Em 1999, Zico iniciou carreira como treinador no Kashima Antlers, de forma emergencial. Ele era diretor técnico da equipe, e acumulou funções depois de uma crise que culminou na queda do então técnico Zé Mário.

Em 2002, passou a comandar a seleção japonesa, levando os nipônicos a conquistar a Copa da Ásia, em 2004. Zico treinou a equipe até o fim da participação na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. O Japão foi eliminado na primeira fase, depois de ter participado do grupo onde estava o Brasil. No confronto contra a Seleção Brasileira, o Japão de Zico foi goleado por 4 a 1.

Zico comenta como foi trajetória vitoriosa no Japão:

Em seguida, Zico assumiu o Fenerbahce, da Turquia, levando o time às quartas de final da Liga dos Campeões, melhor colocação de um time turco na história da competição. O ídolo da torcida rubro-negra passou ainda pelo Bunyodkor (Uzbequistão), CSKA Moscou (Rússia), Olympiakos (Grécia) e seleção iraquiana.

Aos 60 anos, Zico diz que só volta a treinar algum time se receber uma boa proposta de um clube de um grande centro do futebol. "Pretendo ficar por aqui no Brasil, perto dos meus netos. Se surgir alguma coisa, muito boa, num grande centro, para poder me motivar a voltar a trabalhar, quem sabe... Não quero mais aquele tipo de situação que foi nos últimos anos", salienta.

Irmãos mostram casa e onde Zico começou a jogar; veja:

Fonte: Terra
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